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http://underpop.online.fr 2005-06-14  

Internet via rede elétrica pode trazer rapidez e baixo custo

Internet via rede elétrica pode trazer rapidez e baixo custo

Capilaridade das distribuidoras de energia é grande e auxilia na inclusão digital

Curitiba - O acesso à internet em alta velocidade – mercado dominado no Brasil pelas operadoras de telefonia fixa, com uma pequena fatia abocanhada por empresas de televisão por assinatura – pode sofrer uma revolução com o advento da tecnologia de transmissão de dados via rede elétrica, conhecida como Power Line Communications (PLC). Desde a década de 90 existem pesquisas nessa área, mas só agora o sistema parece começar a deslanchar.

A própria Copel, no Paraná, realizou pesquisas nessa área entre abril de 2001 e fevereiro de 2002. Durante o período, a concessonária, por meio da Copel Participações, formou um consórcio com a empresa de energia alemã RWE, para testes da plataforma PLC em Curitiba. Cinqüenta pontos (usuários residenciais e comerciais) foram instalados à época na capital, com serviços que incluíam telemedição – serviço de medição remota de energia, acesso à internet e algumas experiências de voz sobre IP. Ao fim da parceria, que custou US$ 1 milhão, a Copel decidiu esperar pela regulamentação do sistema e declarou que entendia que a tecnologia estava "em evolução" e que iria "continuar investigando".

Hoje, a companhia energética paulista AES Eletropaulo é a que está em fase mais avançada no terreno da PLC no país. Há seis meses, a empresa apresentou, em uma feira de tecnologia, a solução que desenvolveu para a transmissão de dados, imagem e voz através de sua rede. De acordo com a empresa, a velocidade atingida nas linhas é de 200 Mbps, centenas de vezes superior à média da banda larga via linha telefônica. Para entrar em funcionamento efetivo, falta à PLC nacional a definição de um modelo tarifário e da homologação dos equipamentos e serviços pela Agência Nacional de Telecomunicações (Anatel).

Se a tecnologia PLC for realmente boa – e sem interferências que atrapalhem o tráfego de informações, conforme relato de alguns usuários americanos – e as distribuidoras de energia puderem realmente entrar na seara da internet turbinada, as telefônicas enfrentarão uma concorrência de peso. O principal fator que leva a essa constatação é a capilaridade da rede elétrica brasileira, maior que a da telefonia fixa.

A Powerline Communications permite a comunicação de dados em alta freqüência e a energia em baixa, fazendo com que os serviços sejam independentes, apesar de usarem o mesmo cabo. Junte-se a isso a tecnologia de voz sobre IP (VoIP) e tem-se um cenário pouco favorável à banda larga tradicional, já que uma conversa à distância poderia – nessa hipótese – ser estabelecida completamente fora das linhas de telefone.

Talvez por esse motivo, as companhias elétricas têm se mostrado pouco agressivas na divulgação da solução. Cogita-se, inclusive, a parceria com as operadoras para colocar a nova tecnologia em funcionamento. De qualquer maneira, a aprovação e regulamentação da Anatel se faz, mais uma vez, necessária.

A Hypertrade Telecom, que distribui equipamentos da Mitsubishi – corporação cuja divisão de eletricidade foi uma das principais desenvolvedoras da PLC – no Brasil, já obteve certificação de todos os seus produtos e pretende estabelecer parcerias com as companhias energéticas. "A tecnologia tem inúmeras vantagens, como velocidade de transmissão de banda larga, redução de custos de acesso e favorecimento da inclusão digital e social. A Anatel considera a PLC como uma das soluções para a universalização dos serviços de telecomunicações", diz o vice-presidente da companhia, Newton Lavieri.

Cisco, Motorola, Sony, Sharp e Panasonic, entre outras gigantes da tecnologia, fazem parte de um consórcio, conhecido como HomePlug Powerline Alliance que estuda um padrão específico para a PLC. De acordo com o site do pool, chips e outros componentes desenvolvidos especificamente para a tecnologia devem surgir no mercado entre o fim de 2005 e o início de 2006.

Fonte:Gazeta do Povo




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