SEGREDO - Na cultura da música eletrônica, tenta-se não cultuar o pop star, o artista-estrela, midiático. Desde os anos 70, com grupos como o Can e principalmente o Kraftwerk, no perído conhecido como kraut rock alemão (hoje chamado de prototechno), sempre se promoveu a "cultura do segredo", onde artistas mudavam de nome, inventavam pseudônimos para serem conhecidos apenas por sua arte, por seu som e seu conceito musical. Por trás dessa postura, o que se queria (e se quer, pois isso é bastante cultuado hoje) é destacar que essa música é de quem a manipula, de vários donos, uma música que sirva como eterno banco de dados, disponível para a manipulação, já que as ferramentas tecnológicas/digitais favorecem a proliferação de artistas sem grandes conhecimentos teóricos, porém com talento. Só quem circula na cena, ou pesquisa mais atentamente, consegue vincular o nome do dj, projeto ou produtor musical à uma determinada pessoa. Temos exemplos da "cultura do segredo" atuais como o H-Fundation, DJ Q, Get Fucked, Octave One, Hipp-e. Alguns se tornaram pop e seus nomes vêm logo à tona - como o Prodigy, Fat Boy Slim e o Chemical Brothers. Mas durante anos, os 4 integrantes Kraftwerk conseguiram se esconder e até nem davam entrevistas. A "cultura do segredo" também aparece sob outras formas: os famosos white labels (vinis sem identificação) que servem para serem testados nas pistas de dança, sem se saber