underpop

http://underpop.online.fr 2001-08-30  
Napster, Alternativas gratuitas - O Napster foi apenas o início de uma nova geração de programas de partilha de ficheiros que vai alterar a forma como se acede à informação, colocando em causa os direitos de autor. Actualmente, estão disponíveis na Internet dezenas de aplicações alternativas ao Napster e o seu número não pára de crescer. Alguns são alvos fáceis para as editoras. Outros são muito mais difíceis de serem processados judicialmente, uma vez que os ficheiros não têm que passar por servidores centrais, sendo que os seus responsáveis não podem controlar o material que é partilhado.

Mesmo que as empresas multimédia lancem os seus serviços pagos com conteúdos próprios, a oferta gratuita não se vai desvanecer. Na verdade, são cada vez mais os cibernautas que decidem instalar este tipo de software e utilizá-lo para trocar com desconhecidos música e não só - vídeos, imagens, documentos, jogos, aplicações –, sem pagar nenhuns direitos de autor.



Eis alguns dos mais conhecidos:



Aimster – Este programa utiliza a sua tecnologia no programa de mensagens imediatas do utilizador, podendo este trocar todo o tipo de ficheiros com amigos que estejam na lista de endereços (buddy list) de pessoas conhecidas. Desta forma, as músicas, fotografias e textos não têm que passar através de uma rede de milhares de computadores, como no Napster ou no Gnutella, o que poupa largura de banda, demorando-se menos tempo a efectuar downloads. Actualmente, tem cerca de três milhões de utilizadores registados. Porém, só funciona no sistema operativo Windows.



No dia 4 de Março, a empresa proprietária do Aimster colocou na sua home-page um pequeno software designado Pig Encoder que subvertia o filtro do Napster, ao utilizar a linguagem Pig Latin que alterava o nome das músicas bloqueadas pelo sistema de filtragem – por exemplo, Smashing Pumpkins passava a ser mashingS umpkinsP -, para que fossem acessíveis. Mas a pedido da Napster, a Aimster retirou o programa do seu site no dia 15.



Freenet - O Freenet foi um dos pioneiros na comunidade de partilha de ficheiros ou Peer-to-Peer (P2P). Criado pelo inglês Ian Clark, parecia há um ano ser a grande alternativa ao Napster. Para além de possibilitar a partilha de toda a espécie de informação, os cibernautas podem utilizá-lo de uma forma anónima, por ser completamente descentralizado. Assim, é quase impossível os tribunais, as editoras discográficas e os fornecedores de acesso à Internet obterem a identidade e origem dos seus utilizadores. Mas a complexidade de utilização e o interface um pouco rudimentar fez com que o Freenet tenha atraído até agora um número reduzido de pessoas. Para além do Windows, também está disponível para Unix e Linux.



Gnutella - Criado no dia 14 de Março de 2000 por dois programadores da Nullsoft, criadora do popular leitor de ficheiros MP3 Winamp e subsidiária da AOL, em poucas horas o Gnutella foi retirado do site da Nullsoft pela empresa mãe. Mas dezenas de programadores reconstruíram o software e desde então lançaram várias versões modificadas para Windows, Mac e Linux. Ninguém controla o Gnutella, porque este é, tal como o Freenet, completamente descentralizado. A sua rede é feita de milhares de nós ou hosts que são os computadores dos utilizadores, na medida em que se alguém quiser acabar com o serviço, tem que encerrar todos os nós.



A primeira geração de clones do programa não era muito fácil de utilizar e era frequente provocar que o computador fosse abaixo. Mas, desde o início deste ano, tem aparecido uma nova geração, como o BearShare e o LimeWire, que são bastante mais fáceis de utiliza, possuem uma maior estabilidade, empregam de uma forma mais eficaz a largura de banda disponível e incluem poderosos motores de busca. Segundo dados da Clip2, empresa que monitoriza o tráfego dos programas P2P, no dia 17 de Março, Sábado, estavam 18 mil utilizadores na rede do Gnutella partilhado dois milhões de ficheiros, o que representava 413 mil Gigabytes de informação.



OpenNap – Tal como o nome indica, o OpenNap é um clone do Napster numa versão open-source. Este conceito refere-se ao tipo de software cujo código-fonte pode ser visionado e alterado que serviu de fundamento ao Linux, estando aliás muito associado ao movimento P2P, já que o Gnutella também é open-source. Tal como o Napster, o OpenNap recorre a servidores que permitem aos utilizadores encontrar, ordenar e pesquisar os ficheiros MP3 nos discos rígidos dos outros.



Estes servidores funcionam em sistemas empresariais e são mantidos por indivíduos ou empresas como a Music City. Esta companhia é a que possui mais servidores do Open Nap, cerca de 30, de acordo com o Napigator, um serviço que regista o número de servidores em funcionamento do Napster e do Open Nap. Por não poderem correr nos vulgares PCs dos utilizadores, os servidores podem ser facilmente encerrados pelos tribunais. Existem versões para Windows, Linux e FreeBSD. Segundo as estatísticas da Clip2, às 22 horas e 46 minutos (hora portuguesa) de Sábado, dia 17, o OpenNap tinha mais de 100 mil utilizadores, o número de ficheiros partilhados era de 21 milhões, ou seja, 93 mil Gigabytes. Em comparação, segundo o TeK investigou, apenas 9 mil utilizadores estavam ligados ao Napster e o número de ficheiros disponíveis nem chegava ao milhão, significando 4 mil Gigabytes.



Ao longo do ano 2000, houve algumas empresas proprietárias destes serviços e programas que encerraram definitivamente, pressionadas pelos processos das editoras discográficas, como o CuteMX, por exemplo. Outras renderam-se e estabeleceram acordos com a indústria para o lançamento de novos serviços pagos. É o caso da Scour, que vai reabrir o seu serviço no final deste mês para efectuar downloads de filmes e músicas, só que mediante o pagamento de uma subscrição mensal.



Mas outros, muitos outros, como o KaZaa, o iMesh, o AudioGalaxy Satellite, o Rapigator, o SongSpy, o File Rogue e tantos mais continuam a surgir semana após semana, demonstrando que a troca gratuita de músicas e filmes na Internet não vai deixar de ser um hábito para mais de 60 milhões de cibernautas que não compreendem ou aceitam que essa actividade é, perante a lei, ilegal.

Marcadores: , ,