Resenha

Conceito de "raças" foi criado para justificar dominação

Conceito de "raças" foi criado para justificar dominação.

As "raças" e o racismo são uma invenção recente na história da humanidade. O conceito de que existem diferentes "raças humanas" foi criado pelo próprio homem e ganhou força com base em interesses de determinados grupos, que necessitavam de justificativas para a dominação sobre outros grupos.

A afirmação é do geneticista Sérgio Pena, autor do livro "Humanidade Sem Raças?" (Publifolha, 2008), da Série 21. O título tem formato de ensaio e aborda o conceito de "raças" e o racismo de forma sintética. Saiba mais sobre o livro
O autor examina a questão sob o prisma da biologia e da genética moderna, com uma perspectiva histórica. E propõe, já no trecho de abertura do livro, que pode ser lido abaixo, a necessidade da "desinvenção" imediata do conceito de "raças".
"Perversamente, o conceito tem sido usado não só para sistematizar e estudar as populações humanas, mas também para criar esquemas classificatórios que parecem justificar o status quo e a dominação de alguns grupos sobre outros", afirma o autor. "Assim, a sobrevivência da ideia de raça é deletéria por estar ligada à crença continuada de que os grupos humanos existem em uma escala de valor."
Leia abaixo o trecho de introdução de "Humanidade Sem Raças?". O texto mantém a ortografia original do livro, publicado em 2008.
* A Bíblia nos apresenta os Quatro Cavaleiros do Apocalipse: Morte, Guerra, Fome e Peste. Com os conflitos na Irlanda do Norte, em Ruanda e nos Bálcãs, no fim do século passado, e após o 11 de Setembro, a invasão do Afeganistão e do Iraque e os conflitos de Darfur no início do século 21, temos de adicionar quatro novos cavaleiros: Racismo, Xenofobia, Ódio Étnico e Intolerância Religiosa.

Neste livro vamos examinar um desses: o racismo, com o seu principal comparsa, a crença na existência de "raças humanas". Proponho demonstrar que as raças humanas são apenas produto da nossa imaginação cultural. Como disse o epidemiologista americano Jay S. Kaufman, as raças não existem em nossa mente porque são reais, mas são reais porque existem em nossa mente.1

Acredito que a palavra devia ser sempre escrita entre aspas. Como isso comprometeria demais a apresentação do texto, serão omitidas aqui, mas gostaria de sugerir que o leitor as mantivesse, imaginariamente, a cada ocorrência do termo. No passado, a crença de que as raças humanas possuíam diferenças biológicas substanciais e bem demarcadas contribuiu para justificar discriminação, exploração e atrocidades. Ao longo dos tempos, esse infeliz conceito integrou-se à trama da nossa sociedade, sem que sua adequação ou veracidade tenham sido suficientemente questionadas.

Perversamente, o conceito tem sido usado não só para sistematizar e estudar as populações humanas, mas também para criar esquemas classificatórios que parecem justificar o status quo e a dominação de alguns grupos sobre outros. Assim, a sobrevivência da idéia de raça é deletéria por estar ligada à crença continuada de que os grupos humanos existem em uma escala de valor. Essa persistência é tóxica, contaminando e enfraquecendo a sociedade como um todo.

Henry Louis Gates Jr. (1950), professor da Universidade de Harvard e diretor do Instituto w.e.b. Du Bois de Pesquisa Sobre Africanos e Afro-Americanos, é um brilhante intelectual norte-americano da atualidade. Em um artigo intitulado "A Ciência do Racismo", recentemente publicado online na revista The Root, Gates faz a seguinte afirmativa: "[...] a última grande batalha sobre o racismo não será lutada com relação ao acesso a um balcão de restaurante, a um quarto de hotel, ao direito de votar, ou mesmo ao direito de ocupar a Casa Branca; ela será lutada no laboratório, em um tubo de ensaio, sob um microscópio, no nosso genoma, no campo de guerra do nosso DNA. É aqui que nós, como uma sociedade, ordenaremos e interpretaremos a nossa diversidade genética".2

Vou seguir a sugestão de Gates e examinar toda a questão das raças humanas e do racismo sob o prisma da biologia e da genética moderna, com uma perspectiva histórica. Assim, contrasto três modelos estruturais da diversidade humana. O primeiro, com base na divisão da humanidade em raças bem definidas, foi desenvolvido nos séculos 17 e 18 e culminou no racismo científico da segunda metade do século 19 e no movimento nazista do século 20. Esse equivocado modelo tipológico definiu as raças como muito diferentes entre si e internamente homogêneas. E foi essa crença de que as diferentes raças humanas possuíam diferenças biológicas substanciais e bem demarcadas que contribuiu para justificar discriminação, exploração e atrocidades.

O segundo foi o modelo populacional. Incorporando novos conhecimentos científicos, ele surgiu após o final da Segunda Guerra Mundial, e fez a divisão da humanidade em populações, que passaram a ser corretamente percebidas como internamente heterogêneas e geneticamente sobrepostas. Infelizmente ele se degenerou em um modelo "populacional de raças" e tem sido compatível com a continuação do preconceito e da exploração.

O que proponho para o século 21 é a substituição desses dois modelos prévios por um novo paradigma genômico/individual de estrutura da diversidade humana, que vê essa espécie dividida não em raças ou populações, mas em seis bilhões de indivíduos genomicamente diferentes entre si, mas com graus maiores ou menores de parentesco em suas variadas linhagens genealógicas.

Este terceiro e novo modelo genômico/individual valoriza cada ser humano como único, em vez de enfatizar seu pertencimento a uma população específica, e está solidamente alicerçado nos avanços da genômica, especialmente na demonstração genética e molecular da individualidade genética humana e na comprovação da origem única e recente da humanidade moderna na África. Ele é fundamentalmente genealógico e baseado na história evolucionária humana - enfatiza a individualidade e a singularidade das pessoas e o fato de que a humanidade é uma grande família. Nele, a noção de raça humana perde totalmente o sentido e se desfaz como fumaça.

A mensagem principal deste livro é que se deve fazer todo esforço em prol de uma sociedade desracializada, que valorize e cultive a singularidade do indivíduo e na qual cada um tenha a liberdade de assumir, por escolha pessoal, uma pluralidade de identidades, em vez de um rótulo único, imposto pela coletividade. Esse sonho está em perfeita sintonia com o fato demonstrado pela genética moderna: cada um de nós tem uma individualidade genômica absoluta, que interage com o ambiente para moldar uma exclusiva trajetória de vida.

A Invenção das Raças
Parece existir uma noção generalizada de que o conceito de raças humanas e sua indesejável conseqüência, o racismo, são tão velhos como a humanidade. Há mesmo quem pense neles como parte essencial da "natureza humana". Isso não é verdade. Pelo contrário, as raças e o racismo são uma invenção recente na história da humanidade.
Desde os primórdios da humanidade houve violência entre grupos humanos, mas só na era moderna essa violência passou a ser justificada por uma ideologia racista. De fato, nas civilizações antigas não são encontradas evidências inequívocas da existência de racismo (que não deve ser confundido com rivalidade entre comunidades). É certo que havia escravidão na Grécia, em Roma, no mundo árabe e em outras regiões. Mas os escravos eram geralmente prisioneiros de guerra e não havia a idéia de que fossem "naturalmente" inferiores aos seus senhores. A escravidão era mais conjuntural que estrutural - se o resultado da guerra tivesse sido outro, os papéis de senhor e escravo estariam invertidos.

A emergência do racismo e a cristalização do conceito de raças coincidiram historicamente com dois fenômenos da era moderna: o início do tráfico de escravos da África para as Américas e o esvanecimento do tradicional espírito religioso em favor de interpretações científicas da natureza.

Diversidade Humana
Antes de prosseguirmos, proponho ao leitor um simples experimento. Dirija-se a um local onde haja grande número de pessoas - uma sala de aula, um restaurante, o saguão de um edifício comercial ou mesmo a calçada de uma rua movimentada. Agora observe cuidadosamente as pessoas ao redor.
Deverá logo saltar aos olhos que somos todos muito parecidos e, ao mesmo tempo, muito diferentes. Podemos ver grandes similaridades no plano corporal, na postura ereta, na pele fina e na falta relativa de pêlos, características da espécie humana que nos distinguem dos outros primatas.
Por outro lado, serão evidentes as extraordinárias variações morfológicas entre as diferentes pessoas: sexo, idade, altura, peso, massa muscular e distribuição de gordura corporal, comprimento, cor e textura dos cabelos (ou ausência deles), cor e formato dos olhos, formatos do nariz e lábios, cor da pele etc.
Essas variações são quantitativas, contínuas, graduais. A priori, não existe absolutamente qualquer razão para valorizar uma ou outra dessas características no exercício de perscrutação. Mas logo se descobre que nem todos os traços têm a mesma relevância. Alguns são mais importantes; por exemplo, quando reparamos que algumas pessoas são mais atraentes que outras.
Além disso, há características que podem nos fornecer informações sobre a origem geográfica ancestral das pessoas: uma pele negra pode nos levar a inferir que a pessoa tenha ancestrais africanos, olhos puxados evocam ancestralidade oriental etc. Mas isso é tudo: não há nada mais que se possa captar à flor da pele.
Pense bem. Como é possível que o fato de possuir ancestrais na África faça o todo de uma pessoa ser diferente de quem tem ancestrais na Ásia ou Europa? O que têm a pigmentação da pele, o formato e a cor dos olhos ou a textura do cabelo a ver com as qualidades humanas singulares que determinam uma individualidade existencial? Tratar um indivíduo com base na cor da sua pele ou na sua aparência física é claramente errado, pois alicerça toda a relação em algo que é moralmente irrelevante com respeito ao caráter ou ações daquela pessoa.

1 Kaufman, J. S., "How Inconsistencies in Racial Classification Demystify The Race Construct in Public Health Statistics". Em: Epidemiology, 10:108-11, 1999.
2 Gates, H. L., "The Science of Racism". Em: The Root (www.theroot.com/id/46680/output/print), 2008. * "Humanidade Sem Raças?"
Autor: Sergio D. J. Pena
Editora: Publifolha
Páginas: 72
Quanto: R$ 12,90
Onde comprar: Nas principais livrarias, pelo telefone 0800-140090 ou no site da Publifolha.
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# 8/18/2009 11:52:00 PM, Comentários, Links para esta postagem,

Qual LAPTOP - NOTEBOOK comprar?

laptop
[lQpta-t] [Ingl., lit., 'sobre o colo', por analogia com desktop (q. v.).]
Substantivo masculino.
1. Inform. Microcomputador portátil, dotado de bateria e com monitor plano e teclado acoplados a um gabinete compacto, próprio para uso em situações de locomoção, como durante viagens. [Cf. desktop e notebook.]

Em geral, um Laptop funciona como um computador convencional; a diferença está no fato de ser menor e mais fácil de transportar. As mesmas considerações feitas quanto à escolha de um Laptop se aplicam à compra de um Laptop: você quer equilibrar custo e taxa de desempenho. Os fornecedores oferecem garantias semelhantes para computadores portáteis e convencionais, variando de 3 meses a 3 anos ou mais.

Há algumas considerações especiais para computadores portáteis que ajudam a utilizar melhor seu PC. Falaremos detalhadamente sobre isso e também sobre como aplicar melhor o seu dinheiro ao comprar um novo Laptop.

Tenha em mente o uso que ele terá - pessoas que viajam com freqüência precisam transportá-lo e ele precisa ser leve, mas usuários comerciais não podem prejudicar a potência. Ao substituir o Laptop, o Laptop precisará ter mais potência e capacidade de armazenamento. Caso este seja seu segundo ou terceiro computador, você desejará transportá-lo, mas não precisará de todo aquele espaço extra de memória RAM e disco rígido.

Como comprar um Laptop?

Primeiramente, você deve decidir para que seu Laptop será utilizado. Ele será usado basicamente para digitar informações e acessar a Internet? Considere um Laptop leve e fino que seja fácil de carregar e não ocupe muito espaço ou então uma combinação de um Laptop/tablet PC com tela sensível a toque e um teclado. Você precisa de um sistema de substituição de Laptop que lide com tudo, desde Projeto Assistido pelo Computador (CAD) até jogos? Então, será necessário ter um processador mais potente e gráficos high-end. Talvez você queira um Laptop que possa realizar todas as tarefas de multimídia, desde edição de vídeo e gravação de DVDs até trabalho como gravador de vídeo portátil para seus programas de TV favoritos. Felizmente há computadores que atendem a todas essas classificações e a maioria dos fornecedores irá instrui-lo corretamente em relação a como eles classificam as linhas do sistema. No entanto, é bom ter algumas coisas específicas em mente ao planejar a compra de um Laptop.

Assim como acontece com desktops, o processador é o centro da potência de um Laptop. Quanto mais rápido for o processador, melhor será o desempenho apresentado em cada aplicativo que executar. Enquanto alguns sistemas de substituição apresentam processadores de computadores de mesa reais, a maioria dos novos Laptops oferece versões móveis de CPUs de computadores de mesa. Por exemplo, a classe Centrino de processadores Intel oferece desempenho de CPU semelhante ao de Laptop, mas também libera menos calor e utiliza menos potência, dois recursos que realmente beneficiam os usuários de computadores portáteis. A AMD também oferece versões móveis dos processadores. As duas empresas apresentam CPUs móveis top de linha e CPUs que reduzem o custo, mas também diminuem o nível de desempenho. Obtenha o máximo de potência de processador que puder, pois isso aumentará a duração do Laptop - ao contrário do que acontece com os computadores de mesa, não será possível atualizar o processador da maioria dos computadores portáteis posteriormente. Uma boa opção é escolher níveis duas ou três vezes abaixo do processador mais rápido em sua classe de computadores portáteis para obter a melhor taxa de preço pelo desempenho.

A importância da memória é a mesma tanto para computadores portáteis quanto para os de mesa. Você irá precisar de, no mínimo, 1 GB de memória RAM para Windows Vista e aumentar isso para 2GB não será prejudicial. Ao contrário dos processadores, você poderá incluir mais memória em seu Laptop posteriormente (embora dependa do número de soquetes disponíveis e da configuração de memória atual, talvez você precise substituir parte da memória RAM inicial). Verifique quantos soquetes de memória abertos estão disponíveis no seu sistema para saber quais são as opções de atualização à disposição.

O espaço do disco rígido é outro ponto fundamental a ser considerado para a maioria dos usuários. Tenha bastante espaço para seu arquivos. Caso seu Laptop seja seu único sistema, você precisará de tanto espaço de armazenamento quanto precisaria em um Laptop. A maioria dos novos computadores portáteis apresenta discos rígidos de pelo menos 80GB. Caso você vá executar jogos ou utilizar vários arquivos de multimídia em seu sistema, opte por uma unidade maior. Assim como acontece com os computadores de mesa, preste atenção aos RPMs (rotações por minuto) na unidade. Isso indica a velocidade com que a unidade lê e grava os dados. A maioria dos usuários prefere disco rígido de 5.400rpm ou mais no Laptop.

Embora sejam mis finos, as unidades ópticas executam a mesma gama em computadores portáteis e sistemas dos de mesa. Você pode realizar tudo desde uma unidade básica de CD-ROM que apenas leia CDs até unidades DVD+/-RW Double Layer (duas camadas) que grave DVDs normais, bem como mídia DL de 8,5GB de alta capacidade. Se precisar gravar DVDs, uma unidade de CD-RW/DVD-ROM é uma boa opção para a maioria dos usuários. Isso permite que você assista aos DVDs em seu Laptop e grave seus próprios CDs de áudio e dados na mesma unidade.

A escolha do melhor monitor é outra grande decisão a ser tomada pelos proprietários de computadores portáteis. Muitos dos novos sistemas de multimídia apresentam telas widescreen que permitem manter vários documentos abertos para que possa visualizá-los lado-a-lado ou assistir a filmes em DVD no formato widescreen. Sistemas finos e leves possuem telas menores, evidentemente. Sendo assim, verifique se a tela do seu Laptop é do tamanho correto para atender às suas necessidades. Não confie apenas nos números que vê online - vá a uma loja local de computadores e veja o tamanho das telas de computadores portáteis. Tela de doze polegadas pode ser muito pequena para reproduzir jogos ou editar um documento, mas pode ser boa para navegar na Internet. Muitos fornecedores oferecem melhores telas aos computadores portáteis para que você tenha uma imagem mais nítida e clara. Sendo assim, para alguns usuários compensa o custo extra.

As unidades de disquete tornaram-se inúteis na maioria dos novos computadores portáteis. Caso precise de uma, verifique atentamente as especificações do produto. No entanto, a maioria dos usuários acredita que o uso de uma unidade rápida de USB é algo mais rápido e mais fácil de manusear do que a mídia de disquete tradicional.

Por falar em USB, a maioria dos novos Laptops apresenta várias portas USB 2.0, permitindo, assim, conectar tudo, desde mouse até câmeras para videoconferência. A maioria dos computadores portáteis oferece uma porta Firewire, outra conexão de alta velocidade para seus dispositivos digitais. Embora quase não existam mais, as portas PCMCIA ainda são comuns em computadores portáteis, permitindo que você conecte acessórios com base no cartão de PC. Outra opção é o leitor de cartão de mídia, com soquetes para CompactFlash, Secure Digital e outros cartões de memória rápida para poder facilmente transferir arquivos e fotos do seu PDA, da sua câmera digital ou do MP3 player.

Tudo está incorporado ao Laptop. Sendo assim, teste o teclado e o dispositivo de entrada antes da compra. Embora seja fácil conectar um mouse (e há vários modelos de mouse criados especificamente para computadores portáteis), você estará preso ao teclado fornecido. Se for utilizar o computador por muito tempo seguido, verifique se o teclado é confortável o suficiente. A maioria dos computadores portáteis utiliza um touch pad para controle do cursor do mouse, mas alguns ainda utilizam uma bolinha de borracha no meio do teclado. Tenha a certeza de obter o que realmente quer.

Graças às baterias recarregáveis (a maioria de íon de lítio), os computadores portáteis podem funcionar por um período de duas a seis horas ou mais até que precisem de nova recarga. A duração do armazenamento das baterias é medida em "células". A maioria dos Laptops apresenta baterias de seis ou oito células, embora você possa conseguir baterias de até 12 células. Quanto mais células, maior será a duração da carga.

Os computadores portáteis se conectam à Internet de maneira tanto semelhante quanto diferente dos computadores de mesa. A maioria dos novos Laptops possui uma porta Ethernet incorporada, permitindo conexão discada, de banda larga ou em uma rede de alta velocidade. No entanto, muitos computadores portáteis também oferecem conectividade sem fio. O padrão mais comum é o 802.11 (geralmente com um "b" ou "g" atrás). Isso permite que o Laptop se conecte à Internet em uma lista crescente de pontos de conexão sem fio, desde lanchonetes até redes domésticas. Enquanto a maioria dos novos computadores portáteis apresenta recursos sem fio incorporados, alguns não o possuem. Sendo assim, será necessário comprar um cartão de atualização para adicionar o recurso.

Caso você utilize o Laptop para trabalho, também considera importante a segurança. Afinal, esse é um dispositivo caro e fácil de ser implementado. Muitos novos Laptops oferecem um soquete de bloqueio Kensington, permitindo que você segure seu Laptop para evitar roubo. Talvez você encontre recursos avançados de segurança de dados, como verificadores de impressão digital ou leitores de cartão inteligente em modelos mais novos, mantendo os olhares indesejados longe de seus arquivos.

Os gráficos são uma área defasada das cópias de computadores de mesa, mas mesmo os gráficos de Laptop têm evoluído bem. Se estiver utilizando seu Laptop para jogos ou edição de vídeo, procure um processador gráfico com memória de vídeo dedicada. Isso não irá retirar memória do sistema principal de memória RAM e oferece melhor desempenho gráfico. A qualidade de áudio também não é tão impressionante quant à dos alto-falantes do Laptop, mas se isso for importante a você, é possível encontrar computadores portáteis com excelente saída de alto-falante - mesmo com as caixas de som incorporadas.

Há vários recursos extras que podem ser encontrados em computadores portáteis, como sintonizadores de TV para assistir a e gravar seus programas de TV favoritos, portas adicionais de mídia, como S-video, que permite reproduzir sinal de vídeo em uma TV compatível, e Bluetooth. Essa tecnologia sem fio recente permite que seu Laptop se sincronize a outros dispositivos Bluetooth, como celulares e PDAs, sem precisar ligar qualquer fio..

As opções de sistemas operacionais e software que você encontrará nos computadores portáteis são semelhantes aos encontrados em computadores de mesa. Qualquer aplicativo executado em computadores de mesa pode ser executado em portáteis. Sendo assim, se quiser levar seu Office com você, não haveria problema algum.

Em geral, os computadores portáteis são mais caros do que os de mesa com potência semelhante devido ao fato de serem portáteis. Caso o orçamento seja sua prioridade, será possível encontrar computadores portáteis muito bons por preços excelentes.




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# 2/07/2009 02:55:00 AM, Comentários, Links para esta postagem,

Imposturas e fantasias

Imposturas e fantasias

Alan Sokal e Jean Bricmont

Folha de São Paulo, Jornal de Resenhas, 13 junho 1998

Já nos habituamos a ver nosso livro "Impostures Intellectuelles" ser debatido por pessoas que não o leram. Porém, é surpreendente que alguém que obviamente leu nosso livro _um professor de filosofia, aliás_ possa ter escrito uma longa resenha, em um jornal sério, na qual ignora quase tudo o que escrevemos no livro e ainda nos atribui coisas que não escrevemos (Jornal de Resenhas, nº 38, 9/5/98, pág. 10).

Nosso livro surgiu a partir da peça pregada por um de nós, que publicou, na revista americana de estudos culturais "Social Text", uma paródia repleta de citações sem sentido, mas infelizmente autênticas, a respeito da física e da matemática, extraídas de obras de eminentes intelectuais franceses e americanos. No entanto, apenas uma pequena parte do dossiê descoberto durante a pesquisa bibliográfica de Sokal pôde ser incluída na paródia. Após mostrar esse longo dossiê a amigos, cientistas ou não, fomos (lentamente) nos convencendo de que poderia valer a pena torná-lo acessível a um público mais amplo. Desejávamos explicar, em termos não técnicos, por que as passagens citadas são absurdas ou, em muitos casos, simplesmente carentes de sentido; e também desejávamos discutir as circunstâncias culturais que permitiram a esses discursos adquirir tamanho renome e permanecer, até então, sem exame. Um segundo alvo de nosso livro é o relativismo cognitivo, a saber, a idéia de que as asserções fatuais _sejam elas mitos tradicionais ou teorias científicas modernas_ podem ser consideradas verdadeiras ou falsas apenas "em relação a uma cultura particular".

Como Bento Prado Jr. reage a este livro? Deixemos de lado os epítetos pejorativos: "panfleto", "ressentimento", "red neck", "estilo monsieur Homais", "15 minutos de notoriedade". É óbvio que ele não gosta de nosso livro, mas honestamente não compreendemos por quê. Ele admite nossa tese principal: "Este livro põe em ridículo, muitas vezes com razão, um uso obscuro da linguagem" por parte de famosos filósofos-literatos franceses (Lacan, Kristeva, Baudrillard, Deleuze e outros). Ele não procura defender nenhum dos textos que criticamos, e ainda acrescenta que "a antologia levantada pelos dois autores poderia ser muito ampliada". Muito bom.

Quais são então as suas críticas?

Ele se queixa de nosso alvo _"a nebulosa pós-moderna"_ ser "definido, ele mesmo, de maneira muito nebulosa: trata-se da nebulosa 'pós-estruturalista' ou 'desconstrucionista' ". Mas essa "definição" é invenção do próprio Prado; ademais, ele suprime a definição dada no primeiro parágrafo de nosso livro: "Uma corrente intelectual caracterizada pela rejeição mais ou menos explícita da tradição racionalista do Iluminismo, por elaborações teóricas independentes de qualquer teste empírico, e por um relativismo cognitivo e cultural que trata as ciências como 'narrativas' ou construções sociais como quaisquer outras".

Prado afirma, sem apresentar a mínima evidência, que nosso alvo pós-moderno "inclui quase toda a epistemologia e mesmo a filosofia de língua inglesa". Ele nos atribui a idéia de que "o pobre Quine arca com a responsabilidade de desligar a ciência do real (...). Descobrimos que Quine é desconstrucionista". Sejamos sérios! Quine figura apenas uma vez em nosso livro (págs. 65-66), em que apoiamos sua asserção de que os enunciados científicos não podem ser testados individualmente, mas criticamos as formulações mais extremas dessa tese.

Prado chega a nos atribuir uma "arqueologia da Desrazão que explica o delírio epistemológico-cosmológico de um certo feminismo a partir dos 'equívocos' lógico-semânticos de Quine". Mas isso é pura invenção, sem nenhuma base em nosso livro. Nosso capítulo filosófico não menciona o feminismo e nosso capítulo sobre Irigaray não menciona Quine.

Prado afirma que relegamos Hegel "ao inferno do 'irracionalismo'". Mas Hegel é mencionado só em duas breves passagens de nosso livro (págs. 16-17, 146) e somente a propósito de seus escritos sobre o cálculo diferencial e integral _erros que foram repetidos, 150 anos depois, por Deleuze. Não tomamos nenhuma posição a respeito da filosofia de Hegel.

Prado zomba de termos supostamente considerado Bergson um pós-modernista. De fato, escrevemos (pág. 166): "Obviamente, Bergson não é um autor pós-moderno. (...) Há certamente uma seriedade em Bergson que contrasta nitidamente com a desenvoltura e o caráter 'blasé' dos pós-modernos". Por uma razão diferente, incluímos um capítulo sobre os mal-entendidos de Bergson e seus sucessores (Jankélévitch, Merleau-Ponty e Deleuze) a respeito da relatividade: porque os consideramos um exemplo que ilustra a "trágica ausência de comunicação entre os cientistas e certos filósofos (e não os menores)" (pág. 168) _uma situação que persiste ainda hoje, a julgar pelos próprios mal-entendidos do professor Prado.

Ele afirma que "Bergson jamais criticou, é claro, a teoria (da relatividade) enquanto tal" e que "Bergson reconheceu que seus argumentos teóricos (...) estavam literalmente errados". Ambas as asserções são falsas. Como mostramos (págs. 175-176), Bergson fez uma predição empírica a respeito do comportamento de relógios em movimento que é diferente da predição da teoria da relatividade (talvez ele não tivesse percebido que sua predição contradiz a relatividade, mas essa é uma outra questão; na verdade, um de nossos objetivos é refutar a opinião difundida de que Bergson não criticou a relatividade, mas apenas sua interpretação).

E embora Bergson não tenha publicado "Durée et Simultanéité" (Duração e Simultaneidade) após 1931, ele repetiu as mesmas idéias em "La Pensée et le Mouvant" (O Pensamento e o Movente), de 1934, e, pelo que sabemos, nunca as negou e muito menos explicou o que havia de errado com elas. Mas, se o tivesse feito, isso apenas reforçaria nossa questão principal, que não concerne a Bergson mas a seus sucessores: por que eles repetiram os mesmos erros décadas depois de terem sido corrigidos, paciente e pedagogicamente, por numerosos físicos?

Prado conclui dizendo-nos condescendentemente que, "desencaminhados por seus informantes, (Sokal e Bricmont) não leram as melhores páginas que Merleau-Ponty consagrou à questão Bergson-Einstein. Deveriam ler os ensaios 'Bergson Se Fazendo' e 'Einstein e a Crise da Razão' ". Perguntamo-nos como Prado pode estar tão seguro acerca do que temos e do que não temos lido. Não apenas conhecemos esses ensaios (que contêm graves mal-entendidos sobre a relatividade), como criticamos explicitamente um deles em nosso livro (ver nota 232 nas págs. 180-181).

Cabe notar que as confusões de Merleau-Ponty sobre a relatividade são sistemáticas: repetem-se em suas conferências no final dos anos 50 no Collège de France, conforme examinamos (págs. 179-181). Essas mesmas confusões reaparecem no livro "Le Bergsonisme" (1968), de Deleuze.

Consideremos, finalmente, o capítulo de nosso livro dedicado à filosofia da ciência: trata-se de um esforço pedagógico para esclarecer os fundamentos conceituais do conhecimento científico e, em particular, para desfazer algumas confusões comuns a respeito de questões como a impregnação teórica da observação, a subdeterminação das teorias pelos dados e a suposta incomensurabilidade entre paradigmas. Em particular, examinamos algumas ambiguidades nos escritos de Kuhn e Feyerabend e criticamos a corrente "construtivista social" radical da sociologia da ciência (Barnes, Bloor, Latour).

Não pretendemos que essas idéias sejam novas; de fato, elas se enquadram no "mainstream" da filosofia analítica contemporânea da ciência. Nossa principal preocupação é, antes, desfazer os mal-entendidos que têm proliferado dentro de muitos domínios das ciências sociais e que têm conduzido, pelo descuido de pensamento e linguagem, a um relativismo cognitivo radical.

Estamos cientes de que essas questões filosóficas são sutis e ficaremos contentes se nossas idéias forem submetidas a uma crítica vigorosa. Infelizmente, os comentários de Prado pouco contribuem para esse debate, ao refletirem uma compreensão confusa daquilo que escrevemos. Prado afirma que consideramos que o relativismo é "hegemônico na epistemologia", mas nós não dissemos nada disso. Muito pelo contrário, o relativismo é uma tendência minoritária dentro da filosofia analítica, mas se tem tornado dominante em certos setores das ciências humanas, mais como um vago "Zeitgeist" ("espírito do tempo") do que como uma doutrina filosófica coerente.

Prado distorce nossas idéias sobre a relação entre conhecimento científico e conhecimento ordinário, ao desconsiderar nossa distinção entre metodologia e conteúdo. Insistimos na continuidade entre o "método científico" e a atitude racional cotidiana, mas salientamos que os resultados científicos "amiúde entram em conflito com o senso comum" (pág. 57).

Em suma, estamos perplexos diante da reação a nosso livro. Quando inicialmente tomamos contato com os textos de Lacan, Deleuze e outros, ficamos chocados com seus abusos grosseiros, mas não sabíamos se valeria a pena gastar tempo para revelá-los. Esses autores ainda são levados a sério? Foram pessoas das ciências humanas que nos convenceram de que poderia valer a pena. Assim, esperávamos dar uma pequena contribuição a esses campos, acrescentando mais uma voz contra o aviltamento do pensamento pela proliferação de um jargão inútil e pretensioso.

Sabíamos, é claro, que seríamos duramente atacados pelos nossos alvos e seus discípulos. Mas uma coisa que não prevíamos era a hostilidade agressiva de algumas pessoas que não são, pelo visto, fãs dos autores criticados. Talvez nosso livro tenha estimulado "uma estratégia de defesa de território" por parte de pessoas que, como Prado, erroneamente o tomaram como um lance numa disputa territorial. Mas não escrevemos este livro para defender as ciências naturais das ameaças do pós-modernismo e do relativismo; esse perigo é quase inexistente. Também não se trata de um ataque à filosofia ou às ciências humanas em geral; muito pelo contrário, é um modesto esforço para apoiar nossos colegas nesses campos, que há tempos denunciam os efeitos perniciosos do jargão obscurantista e do relativismo visceral. As reações corporativistas contra nosso livro estão, pois, fora de lugar.

Obviamente, Prado e muitos outros não gostam de nosso livro. Mas por que razão? Sua crítica baseia-se inteiramente em suas próprias fantasias, não em uma leitura honesta daquilo que escrevemos. Uma vez eliminadas essas fantasias, seu artigo não contém um único argumento racional contra nossas teses. Talvez uma modesta manifestação de racionalismo provoque profundas reações irracionalistas.

Alan Sokal é professor de física na Universidade de Nova York (EUA).

Jean Bricmont é professor de física teórica na Universidade Católica de Louvain (Bélgica).

Tradução de Caetano Plastino.

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# 5/13/1998 12:00:00 AM, Comentários, Links para esta postagem,