design - icones franceses e brasileiros

 
Talheres infantis Comer Brincando, de José Bornancini e Nelson Petzold, que estão na mostra Ícones do Design - França-Brasil, que reúne 44 obras realizadas desde o início do século 20 por designers brasileiros e franceses.
Talheres infantis Comer Brincando, de José Bornancini e Nelson Petzold, que estão na mostra Ícones do Design - França / Brasil, que reúne 44 obras realizadas desde o início do século 20 por designers brasileiros e franceses. Mais.



Ícones franceses e brasileiros

copo Nadir Figueiredo

Ícones do design brasileiro e francês ganham exposição a partir do dia 13 de agosto no Museu da Casa Brasileira , em São Paulo.

Cadeira Bowl de Lina Bo Bardi, 1951

Havaianas, 1962

Fotos e projeto do Orelhão, 1971, telefone público de Chu Ming Silveira


Com curadoria do historiador francês Cédric Morisset e da jornalista e crítica de design Adélia Borges, a mostra traz 44 itens - 22 de design brasileiro e 22 de design francês- entre mobiliário, utensílios, luminárias, cartazes e é parte das comemorações do ano da França no Brasil.

cadeira Paulistano, Paulo Mendes da Rocha, 1957

Cadeira São Paulo, Carlos Motta, 1982


Depois do Museu da Casa Brasileira, “Ícones do Design: França- Brasil” viaja para o Paço Imperial, no Rio.


Segundo Adélia Borges, entre os objetos escolhidos estão projetos "que expressaram seu tempo, seu lugar. Que venderam muito. Alguns objetos são altamente atraentes e capturam de imediato a nossa atenção. Também graças ao papel da mídia, que ecoa mais um tipo de produto do que outro, eles rapidamente se tornam alvo do nosso desejo. A maioria dos objetos aqui incluídos vão além da função, para nos tocar com a emoção. Eles atuam como chaves de acesso à memória afetiva, estabelecendo uma conexão emocional, às vezes até amigável, com os usuários. Quase todos, ainda, ao captar e expressar o espírito de seu tempo, acabam por transpassar o portal da temporalidade."

Exposição montada com a cadeira 3 pés de Joaquim Tenreiro e a luminária bossa de Fernando Prado, 2005


Em texto que assina em colaboração com a curadora associada Helene Convert, Morisser define ícone:


"Para tornar-se ícone, o objeto deve estar em sintonia com o desejo da sua época. A cadeira Standard, de Jean Prouvé, nunca foi considerada na sua época como um ícone, nem criada no intuito de marcar as consciências. Foi o sistema mercadológico que a trouxe para a frente da cena, num primeiro momento pelas galerias de design vintage e, mais tarde, pela reedição do modelo pelo editor suíço Vitra. Valorizada, comunicada, reintegrada na mitologia do design, tornada desejável, vendida, a cadeira ganhou o estatuto de ícone e o desejo dos seus contemporâneos, 50 anos após a sua criação. Se o ícone do design é, de fato, o objeto instrumentalizado da sociedade de consumo, também é aquele que conseguiu se impor entre os outros, na hora ou mais tarde, permanecendo como produto ou saindo parcialmente da rede comercial".


De cima para baixo: cartaz da BIC Cristal de 1950; Mobilette, Pininfarina, 2006; cadeira standard, Jean Prouvé, 1934; cadeira Tolix, de Xavier Pauchard, 1934; espremedor de cítricos de Philippe Starck, 1990

"É esta capacidade de o objeto marcar o seu tempo simbólica e visualmente, relegando ao mesmo tempo o seu valor de uso a um plano secundário, que caracteriza todos os ícones do design. Assim, talvez se dê com o espremedor de frutas Juicy Salif de Philippe Starck, apresentado nesta exposição, com características tanto de escultura quanto de produto de uso. Alessi, o fabricante, aconselha até que o modelo dourado, editado em série limitada em 2000, seja, em vez de utilizado, exposto em cima de uma prateleira. Entretanto, amado ou execrado, o Juicy Salif encarna incontestavelmente a evolução do design produzido no final do século XX. Esse objeto, mais do que qualquer outro, marca a evolução das prioridades do consumidor, indo da necessidade para o desejo, que Guy Debord descreve como “um fetichismo da mercadoria”.

Ícones do Design: França - Brasil
Abertura: 13 de agosto, 19h30
Visitação: de 14 de agosto a 20 de setembro, de terça a domingo, das 10h às 18h
Museu da Casa Brasileira - av. Faria Lima, 2705 - Tel. 11 3032-3727 Jardim Paulistano São Paulo
Ingresso: R$ 4,00 - Estudantes: R$ 2,00 Gratuito domingos e feriados Acesso para pessoas com deficiência.

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