Poema
mardi 11 septembre 2007
O Cão e o Frasco - C. Baudelaire
"Meu belo cão, meu bom cãozinho, meu querido totó, chegue mais perto e venha aspirar um perfume excelente, comprado do melhor perfumista da cidade."
E o cão, abanando a cauda, que creio eu é nestes pobres seres o signo que corresponde ao riso e ao sorriso, se aproxima e pousa curiosamente seu focinho úmido sobre o frasco aberto; então, recuando subitamente, late assustado para mim em sonora reprovação.
"Ah, cão miserável, se eu tivesse lhe oferecido um pacote de excrementos você o cheiraria deliciado e talvez até o devorasse. Por isso você, indigno companheiro de minha triste vida, até você se assemelha ao público, ao qual não podemos jamais apresentar perfumes delicados que o exasperem, mas somente imundícies cuidadosamente escolhidas.
La Presse, 28/8/1862
Libellés : baudelaire, cultura, cultural, lixo, perfume, poema
@mardi, septembre 11, 2007 0 commentaires, Liens vers ce message blog,
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