Universal

Aleluia, Igreja Universal do Reino de Deus acusada de lavagem de dinheiro e formação de quadrilha

Igreja Universal do Reino de Deus é acusada de formação de quadrilha e lavagem de dinheiro:

A pedido do Ministério Público de São Paulo, a Justiça abriu ação criminal contra Edir Macedo e outros nove integrantes da Igreja Universal do Reino de Deus sob a acusação de formação de quadrilha e lavagem de dinheiro, informa reportagem publicada nesta terça-feira pela Folha de São Paulo.

A investigação mostra que, somando transferências atípicas e depósitos bancários feitos por pessoas ligadas à Universal, o volume financeiro da Igreja Universal do Reino de Deus de março de 2001 a março de 2008 foi de R$ 8 bilhões, segundo informações do Coaf (Conselho de Controle de Atividades Financeiras), órgão do Ministério da Fazenda.
A movimentação financeira suspeita da Universal somou R$ 4 bilhões de 2003 a 2008. Os recursos teriam servido para comprar emissoras de TV e rádio, financeiras e agência de turismo e jatinhos. Os advogados da Universal negam irregularidades. Segundo eles, a Receita aprovou as contas das empresas apontadas na denúncia.
Em resposta à Folha de São Paulo , Arthur Lavigne, advogado dos dez líderes da Igreja Universal, disse que as empresas apontadas pelo Ministério Público como fachada para a movimentação do dinheiro pago por fiéis como dízimo já foram fiscalizadas pela Receita Federal e tiveram suas contas aprovadas.
Reportagem da Folha de São Paulo publicada em dezembro de 2007 revelava o patrimônio da Igreja Universal do Reino de Deus acumulado em mais de 30 anos --o que incluía um conglomerado empresarial em torno dela. Após a publicação, fiéis da igreja entraram com ações por dano moral contra o jornal, no país todo.


A Rede Globo e a Folha de S. Paulo já tinham recebido informações privilegiadas, desde o começo do ano, de que o Grupo Especial de Repressão ao Crime Organizado do Ministério Público do Estado de São Paulo promoveria um duro ataque contra a cúpula da Igreja Universal do Reino de Deus. Ontem, o juiz Glauco Roberto Brittes, da 9ª Vara Criminal de São Paulo, abriu ação criminal contra o Bispo Edir Macedo Bezerra e mais nove dirigentes da IURD. Todos são acusados de formação de quadrilha e lavagem de dinheiro.

Os promotores paulistas questionam o uso dado pelos dirigentes da Universal do dinheiro arrecadado juntos aos fiéis entre março de 2001 e março de 2008. O Conselho de Controle de Atividades Financeiras (órgão do Ministério da Fazenda que fiscaliza a lavagem de dinheiro) constatou que a Universal movimentou R$ 8 bilhões em sete anos - somando-se transferências atípicas de dinheiro e depósitos bancários em espécie feitos por pessoas de confiança da IURD.

Os promotores Ewerton Luiz Zanella, Fernanda Narezi, Luiz Henrique Cardoso dal Poz e Roberto Porto, que assinam a denúncia contra a Igreja Universal, defendem a tese de que o dinheiro oriundo da fé é usado por Edir Macedo para comprar empresas, que visam a lucro, burlando a imunidade tributária concedida às igrejas - que não pagam impostos, sob proteção divina de nossa Constituição Federal.

O esquema

Segundo o Ministério Público, o dinheiro arrecadado junto aos fiéis era repassado pela Igreja Universal a duas empresas do grupo: Unimetro e Cremo, que remetiam os recursos para paraísos fiscais.

Lá fora, a Investholding (Ilhas Cayman) e Cableinvest (Reino Unido) reenviavam o dinheiro ao Brasil, na forma de empréstimos a nove pessoas da cúpula ou ligadas à Igreja Universal.

O dinheiro era usado para comprar empresas - principalmente de comunicação -, imóveis e aeronaves.

Os 10 investigados

Além do Bispo Edir Macedo Bezerra, outros nove membros da Universal são investigados pelo Ministério Público paulista:

Alba Maria da Costa, Edílson da Conceição Gonzáles, Honorilton Gonçalves da Costa, Jerônimo Alves Ferreira, João Batista Ramos da Silva, João Luiz Dutra Leite, Maurício Albuquerque e Silva, Osvaldo Sciorilli e Veríssimo de Jesus.

Todos são defendidos pelo advogado Arthur Lavigne que nega as acusações e adianta que seus cliente são alvo, novamente, de perseguição.

Os alvos internos

Os promotores escolheram duas empresas ligadas ao grupo da Universal para fazer a devassa.

A Unimetro Empreendimentos S/A e a Cremo Empreendimentos S/A.

Os promotores acusam ambas de serem empresas de fachada.

Os alvos externos

Lá fora, a investigação vai recair sobre as empresas Investholding Limited e Cableinvest Limited, que ficam nos paraísos fiscais das Ilhas Cayman e Ilhas do Canal (Reino Unido).

Outro alvo é a antiga estrutura do ABN (Banco Holandês Unido), que fica em Miami e Nova York, e que hoje pertenceria a Grupo Santander.

Também na mira a Cambio Val - uma das maiores casas de câmbio do Uruguai - que recebia dólares do sistema da Universal e trocava por dólares brasileiros.

Poder de arrecadar

A Receita Federal informou que a IURD arrecada, por ano, R$ 1,4 bilhão em dízimos dos fiéis.

O número foi descoberto porque as igrejas são obrigadas a declarar as doações, embora sejam protegidas por isenção tributária.

O Ministério Público questiona na ação uma movimentação suspeita de R$ 4 bilhões no total de R$ 8 bilhões arrecadados e movimentados entre março de 2001 e março de 2008.

Poderio da Universal

A Igreja Universal do Reino de Deus tem 23 emissoras de TV (Rede Record), 42 emissoras próprias de rádio e mais 36 rádios arrendadas (Rede Aleluia).

Também possui mais 19 empresas - sendo 4 de participações.

Controla os jornais Correio do Povo (RS), Hoje em Dia (MG) e Folha Universal.

Possui duas gráficas: Ediminas e Universal.

Tem duas empresas financeiras: Cremo Empreendimentos e Cableinvest.

Também pertencem à IURD as empresas: New Tour (turismo), Uni Corretora (Imobiliária), Line Records (gravadora), Frame (produtora de vídeos), Unitec Engenharia e Empreendimentos (construtora), Universal (fábrica de móveis) e Aliance Jet (empresa de táxi aéreo).
Reblog this post [with Zemanta]

Marcadores: , ,



# 8/11/2009 09:19:00 AM, Comentários, Links para esta postagem,