Primeiro tempo

As atividades físicas dos primeiros habitantes do Brasil eram parecidas, senão iguais, àquelas já analisadas na pré-história. Nossos indígenas ainda não conheciam os metais, estando ainda na idade da pedra lascada. Eram muito hábeis e, na luta pela sobrevivência, praticavam diversas atividades físicas. O arco e flecha, natação, luta, caça, pesca, montaria, canoagem e corridas faziam parte do seu dia-a-dia. Tudo leva a crer que a primeira prática esportiva introduzida no Brasil foi o remo (1566), apesar de sua conotação lendária. Os indígenas em nada contribuíram para a Educação Física brasileira. A sua condição de nomadismo impedia o aparecimento de um espaço ocioso que permitisse a criação de hábitos esportivos. O jogo da peteca foi a única contribuição original dos nossos indígenas ao universo esportivo nacional. Com a vinda dos primeiros negros africanos feitos escravos

- ainda no século XVI -, chega uma dança, misto de ritual e de luta. Era a capoeira, hoje um esporte institucionalizado.

A situação de "colônia de exploração" impede um desenvolvimento social satisfatório. À economia era destinada a única função de fornecer matéria-prima para a Metrópole. À cultura não era permitida a impressão de qualquer material gráfico. O marquês de Pombal, secretário do Estado português, destruiu, em 1747, a primeira gráfica que se tentou instalar. À chegada dos jesuítas (1549) deve-se o início oficial da história da educação brasileira. Até serem expulsos pelo mesmo Pombal (1759), os jesuítas deixaram um número de colégios e seminários que não excedeu a vinte. Nas missões (reduções), os índios trabalhavam e eram catequizados. Sua "educação" consistia, principalmente, em convertê-los ao catolicismo e alterar os seus hábitos culturais (poligamia, nudez etc.). Na parte da manha o aprendizado era intelectual. A tarde era destinada aos exercícios físicos, como forma de liberar as tensões que lhes estavam sendo impostas.

Nos seminários, os jesuítas encarregavam-se de formar os seus seguidores. O ensino nos colégios era destinado à classe dominante (latifundiários e representantes da Coroa). Tratavam de assuntos que não

respondiam às necessidades locais, sendo, ainda, as aulas ministradas em latim e grego. Era uma cultura alienada e alienante, reproduzindo unicamente os interesses colonizadores da Corte. Nos duzentos e dez anos que por aqui estiveram, os jesuítas inscreveram dois ou três mil alunos em suas escolas, e não fundaram, sequer, uma Universidade. Diante desse quadro, não era de se esperar alguma iniciativa em nome da Educação Física.

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