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Masterização
"A masterização ainda é uma coisa muito obscura para a maioria
dos músicos, e hoje em dia, é uma etapa do trabalho de produção musical que
não pode ser mais desprezada" - quem disse isso foi o Mauro Cogo, técnico
de masterização da Cia. de Áudio e responsável pelo site Music Players, que oferece assessoria a produção independente.
Durante a masterização, uma porção de coisas podem ser feitas para melhorar
a qualidade ou corrigir pequenos defeitos no material mixado.
Justamente por ser um processo "obscuro" e relativamente recente na
história da produção musical, a masterização por um profissional especializado
é frequentemente desprezada, especialmente nos lançamentos independentes, que
geralmente tem orçamentos bem mais modestos que o do Michael Jackson. Pra esclarecer
um pouco, fomos pedir a palavra de quem sabe sobre o assunto e pedimos que Mauro
Cogo nos respondesse algumas perguntas , que nos ajudam a entender melhor o
que se pode esperar de uma boa masterização e porque ela é importante.
A masterização surgiu como uma nova etapa da produção musical. Até meados da década de 80 os discos de vinil eram prensados à partir da fita da mixagem, sem passar por nenhum outro processo. Com a chegada do CD e gravadores e processadores digitais, novas possibilidades no tratamento do áudio surgiram, incluindo a finalização, onde trabalha-se os canais L e R da música já mixada. Em outras palavras, para as músicas serem gravadas no CD, elas tem que ser transferidas para um computador, com softwares específicos de edição de áudio, e, nesse processo, o som é processado melhorando sua qualidade. E no que consiste esse processamento? Compressão, equalização, ambientação, etc. Enfim, o que você faz isoladamente nos canais da mixagem, você pode fazer com os canais L e R. Óbvio que o tipo de tratamento muda, pois estamos mexendo com a música toda (ex: se você quiser dar mais brilho à voz, aumentando as altas freqüências, todos os instrumentos serão afetados, como o contrário, num problema de sibilado, por exemplo, amenizando as freqüências dos 'esses' os instrumentos também serão prejudicados). Para ter uma pequena idéia, é como quando você pega um K7, coloca no tape-deck e usa o dolby para amenizar o chiado, liga o surround e coloca um pouco de graves e agudos no equalizador para melhorar o som.
Outro aspecto importante: cada estúdio tem características próprias, pelos equipamentos utilizados, monitoração (caixas acústicas), técnicos, etc. No estúdio de masterização o tipo de monitoração é, geralmente; diferente das mixagens, para que o CD saia com características sonoras compatíveis com o mercado. O risco de haver perdas vai depender muito do equipamento usado e dos técnicos. O equipamento é fundamental, e, nos estúdios especializados em masterização, encontraremos equipamentos "top line", que são necessários e também são uma das razões pelos preços cobrados. Já o técnico tem um trabalho muito desgastante, pois ele tem que procurar 'pêlo em ovo', ou seja, ficar muito atento para que não passe nenhum defeito. A sensibilidade do ouvido e a concentração para ouvir e não deixar passar nada, bem como equilibrar freqüências que sobram em algumas faixas e faltam em outras, fazem deste trabalho uma coisa específica, que só tem bons resultados com técnicos especializados.
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É importante realizar masterização em estúdio especializado? Por quê? |
A importância de se trabalhar com estúdios especializados é a de ter muito mais segurança de que o resultado será bom, pela característica dos equipamentos, e, principalmente pelos técnicos especializados. É bom que se tome cuidado porque qualquer estúdio pode dizer que é especializado. É prudente que se confira a lista de equipamentos e conheça alguns trabalhos feitos pelo estúdio, para não perder dinheiro.
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A presença da banda ou do produtor, principalmente nos trabalhos independentes, é fundamental, para que se aprove, no ato, o resultado do trabalho, e se chegue junto com o técnico à sonoridade proposta, bem como orientando-o em dúvidas ou problemas que possam surgir. Um exemplo: às vezes ocorre do DAT ter um defeito numa parte da música que não tem repetição, consequentemente não podendo ser editada. O que fazer? Excluir esta parte da música? Aguardar uma nova cópia do DAT? Esse tipo de decisão é importante e deve ser tomada em conjunto com o produtor ou com a banda.
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A banda deve ter uma proposta da sonoridade que quer ser alcançada bem definida e, em conjunto com o técnico, chegar ao mais próximo disso. A grande parte do trabalho é mais isolada do técnico, mas é importante que a banda destaque particularidades de cada música, e, surgindo problemas, que dê a palavra final. Para que fique um pouco mais claro, a respeito da sonoridade: Se você vai masterizar um CD de heavy-metal você pode pedir ao técnico, por exemplo, para dar o máximo de 'punch' ao som. Se o técnico comprimir pouco e quiser colocar um pouco de reverb para ambientar (uma situação ao extremo), você deve interferir e fazer com que ele mude as regulagens, tire o reverb, comprima mais, enfim, que ele mexa até chegar no som que você quer! Várias situações podem ocorrer, como também o técnico seguir os padrões do estilo musical mas você querer mudar tudo e fazer um disco conceitual... o importante é ter em mente que, acompanhando o trabalho, depois de aprová-lo, se você quiser mexer novamente por razões artísticas, provavelmente terá que pagar uma nova sessão. Portanto se você não sabe bem o que quer ou não entendeu muito bem o que significa esse negócio de "sonoridade" é aconselhável que você busque um produtor, que coordene a banda nestas questões.
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Por quê uma masterização custa tanto e porque ela vale isso? |
O preço das sessões de masterização se devem a dois fatores: equipamentos e "know-how".
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Mais alguma dica para bandas independentes sobre esse assunto? |
1.Na elaboração do projeto, inclua a masterização
no orçamento. A diferença de prensar o CD direto do
DAT e à partir de um CD masterizado é enorme. 2.Quando for para o estúdio de masterização se organize: Tenha sempre 02 DATs (1 de backup), de preferência gravados em aparelhos diferentes ( para o caso de haver incompatibilidade), com o nome das músicas anotados e a lista com a ordem final do CD. Isso é muito importante para o técnico, para que não aconteça (como já presenciei pessoalmente) de a banda brigar dentro do estúdio por causa de divergências sobre a ordem final das músicas (isso transmite uma falta de profissionalismo muito grande).
4.Escolha com cautela o estúdio. Se possível vá por boas indicações, e escute muito bem o CD masterizado para ver se não há erros, porque depois de prensado, já era.
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