Extensão do Quadril no Aparelho (em Pé)
Este exercício deve ser feito para equilibrar a postura da pelve e, conseqüentemente, manter o ideal alinhamento da coluna vertebral.
Os principais músculos exercitados neste exercício são o glúteo máximo (mono-articular) e os isquiotibiais (bi-articulares). Estes músculos podem ser assistidos, neste movimento, Pela porção posterior do músculo glúteo médio, pelas fibras superiores do músculo adutor magno e pelo músculo piriforme.
Análise Biomecânica do Exercício
O maior braço de momento da resistência é no início do exercício (quando o fêmur está na posição horizontal) e diminui conforme o quadril estende devido à aproximação do acolchoado (onde a parte posterior do fêmur está apoiada) do eixo da articulação do quadril.
O glúteo máximo é o músculo que possui o maior braço de momento dos extensores do quadril tendo, portanto, a maior capacidade de produção de torque para o movimento de extensão. O maior braço de momento deste músculo é na posição anatômica (neutra).
Embora o braço de momento combinado dos isquiotibiais seja menor que o do glúteo máximo em todos os pontos do alcance do movimento, os isquiotibiais aumentam seu braço de momento quando o quadril flexiona para 35° e diminui deste ponto em diante; o braço de momento do glúteo máximo decresce em qualquer ângulo, além da posição neutra.
O movimento deve acontecer da flexão (aproximadamente 90°) até mais ou menos 10° de extensão permitidos pela articulação do quadril. Qualquer movimento de extensão além dos 10° resultará numa anteversão da pelve e numa conseqüente hiperextensão da coluna lombar, aumentando, assim, os riscos de lesão desta última articulação.
Se os músculos reto femural e iliopsoas não forem muito elásticos, sua insuficiência passiva precoce fará as alterações da pelve e da coluna (citadas acima) acontecerem antes mesmo de o quadril chegar posição anatômica.
Portanto, os exercícios de alongamento para estes músculos flexores do quadril são fundamentais para a segurança deste exercício.
A manutenção da postura ereta é necessária durante todo o movimento. A inclinação do tronco, posteriormente, com concomitante extensão do quadril (fase excêntrica), resultará na contração isométrica dos extensores do quadril e na limitação da amplitude do movimento.
Os paravertebrais devem ser eficientes em prevenir a pelve de inclinar- se posteriormente (retroversão), principalmente na fase excêntrica do movimento. Assim, o fortalecimento prévio destes músculos deve ser realizado para uma melhor eficiência e segurança do exercício.
A extensão do joelho, durante a realização da fase concêntrica do exercício, previne a insuficiência ativa dos isquiotibiais no final da extensão do quadril, por melhorar a relação força-comprimento (conforme os isquiotibiais se encurtam no quadril, eles se alongam no joelho).
Se o joelho ficar flexionado durante todo o movimento, a participação do glúteo máximo é maior por causa de insuficiência ativa dos isquiotibiais. Nesta posição, a extensão do quadril torna-se limitada pela insuficiência passiva do reto femural. Se o executante tentar continuar o movimento a partir deste ponto, os extensores do quadril passam a contrair isometricamente e a contração isotônica será transferida para os músculos que realizam a anteversão da pelve e hiperextensão da coluna, aumentando assim, os riscos de lesão da coluna vertebral.
Para a correta técnica de execução e segurança deste exercício, a pelve deve permanecer fixa durante toda a amplitude do movimento da articulação do quadril.