Dinheiro
Desde 1942, quando o cruzeiro foi implementado durante o governo de Getúlio Vargas, o nome das moedas brasileiras mudou várias vezes, passando por cruzeiro novo, cruzado, cruzado novo, cruzeiro real e real. No entanto, a tradição de homenagear personalidades importantes da história do Brasil nas cédulas permaneceu inalterada. Personalidades como Getúlio Vargas, D. Pedro I, Pedro Álvares Cabral, Marquês de Tamandaré, Luís Alves de Lima e Silva, Barão do Rio Branco, Marechal Deodoro da Fonseca já estamparam cédulas de diferentes valores ao longo dos anos. O Barão do Rio Branco, por exemplo, foi retratado nas cédulas de 5 cruzeiros de 1944 a 1967 e de mil cruzeiros de 1978 a 1989. Já o Marechal Deodoro da Fonseca foi retratado na cédula de 20 cruzeiros até 1972 e na cédula de 5 cruzeiros de 1970 a 1984. O reverso das cédulas apresenta alegorias e cenas históricas importantes para o país, como "A Primeira Missa" e "A Conquista do Amazonas".
Getúlio Vargas, o famoso ex-presidente brasileiro que governou o país entre 1930 e 1945 e novamente entre 1951 e 1954, foi homenageado em uma cédula de 10 cruzeiros que circulou no país entre 1942 e 1972. Em 1967, a moeda foi reestruturada com um corte de 3 zeros, passando a valer NCr$ 0,01. No reverso da cédula, encontra-se a Unidade Nacional, uma alegoria criada pela renomada American Bank Note Company. Esta nota é hoje uma peça rara e valiosa para colecionadores de moedas e notas.
D. Pedro I, conhecido como o Primeiro Imperador do Brasil (1798-1834), é lembrado como um dos mais importantes líderes da história brasileira. Além de ser o primeiro monarca do Império do Brasil, ele também é retratado no famoso quadro "O Grito do Ipiranga", de Pedro Américo, que representa a proclamação da Independência do Brasil, ocorrida em 7 de setembro de 1822. O evento histórico aconteceu na margem do riacho Ipiranga, nas imediações de São Paulo. O rosto de D. Pedro I foi estampado em duas notas de moedas importantes que circularam no Brasil. Ele foi retratado na cédula de 200 cruzeiros, que ficou em circulação entre 1943 e 1973. Além disso, ele também foi retratado na nota de 5 cruzeiros, que esteve em circulação de 1970 a 1984. Essas notas de moedas servem como lembranças importantes da figura de D. Pedro I e de sua importância para a história do Brasil.
Pedro Álvares Cabral (1467-1520) é conhecido por ser um dos rostos icônicos na história do Brasil. Ele foi representado nas notas de 1.000 cruzeiros que circularam entre 1943 e 1973, e nas cédulas de 1 cruzeiro novo que foram emitidas entre 1967 e 1973. Além disso, Pedro Álvares Cabral também estampou a cédula de 10 reais em 2000, como parte das comemorações dos 500 anos do descobrimento do Brasil. No verso da cédula de 1.000 cruzeiros, está representado o quadro "A Primeira Missa", de Vítor Meireles, que retrata a primeira missa celebrada no Brasil pelo Frei Henrique Soares, em 1500, no ilhéu da Coroa Vermelha, na baía de Cabrália, no litoral sul do estado da Bahia.
O marquês de Tamandaré, conhecido como um dos mais importantes almirantes da história da marinha brasileira, é retratado na nota de 1 cruzeiro que circulou entre 1944 e 1967. Além de sua importante contribuição para a marinha, o marquês também foi homenageado pela sua dedicação à educação naval, sendo retratado no verso da nota com a imagem da Escola Naval, localizada na ilha de Villegaignon, próxima ao aeroporto Santos Dumont, no Rio de Janeiro. A escola, fundada em 1938, é considerada uma das instituições mais importantes para a formação de oficiais da marinha brasileira.
Luís Alves de Lima e Silva, o Duque de Caxias (1802-1880), um dos maiores líderes militares e políticos do Brasil, está retratado na nota de 2 cruzeiros, que circulou entre 1944 e 1967. Além disso, ele também está presente na nota de 100 cruzeiros, que foi emitida de 1981 a 1987. No verso da nota de 2 cruzeiros, há uma imagem da Escola Militar de Resende, que foi fundada em 1944 para treinar oficiais do exército brasileiro. A escola, localizada na cidade de Resende (RJ), foi renomeada como Academia Militar das Agulhas Negras em 1951. Além de sua importância para o exército, o Duque de Caxias também foi um grande defensor da saúde pública e da educação no Brasil.
O Barão do Rio Branco (1845-1912) foi retratado na nota de 5 cruzeiros que circulou de 1944 a 1967. Ele foi ministro das Relações Exteriores durante o governo do presidente Rodrigues Alves. No verso da nota, está representada a tela "A Conquista do Amazonas", obra de Antônio Parreiras, que retrata a história da conquista do Amazonas e foi executada entre 1906 e 1907, sob encomenda do governo do Estado do Pará. Além disso, ele também foi homenageado na cédula de mil cruzeiros, que circulou entre 1978 e 1989.
Na cédula de 20 cruzeiros, que circulou até 1972, Marechal Deodoro da Fonseca (1827-1892), primeiro presidente do Brasil, e a tela "Proclamação da República", de Cadmo Fausto de Souza, representando a alvorada de uma nova época, na qual aparece em destaque a Constituição Republicana, ostentando a constelação do Cruzeiro do Sul. Deodoro voltou às cédulas de 1970 a 1984 na nota de 50 cruzeiros.
A princesa Isabel, uma figura importante na história do Brasil, foi retratada em duas cédulas diferentes ao longo do tempo. Primeiro, na nota de 50 cruzeiros que circulou entre 1944 e 1972, e depois na nota de 0,05 cruzeiro novo, que esteve em circulação entre 1967 e 1972. O painel no verso da cédula de 50 cruzeiros trazia a representação da "Lei Áurea", um quadro que retrata o momento da abolição da escravatura no Brasil, e que foi criado pelo artista Cadmo Fausto de Souza. Mais de uma década depois, em 1981, a princesa Isabel foi retratada novamente, desta vez na nota de 200 cruzeiros.
D. Pedro 2º, o segundo imperador do Brasil, foi retratado nas notas de 100 cruzeiros, que circularam entre 1944 e 1972, e de 0,10 cruzeiro novo, de 1967 a 1972. O painel no verso da cédula representa o quadro "Cultura Nacional", criado por Cadmo Fausto de Souza. Além disso, D. Pedro 2º também foi retratado na nota de 10 cruzeiros, que circulou de 1970 a 1984. A presença do imperador nas notas de moeda é uma homenagem ao seu papel na história do Brasil, como um importante líder durante a época imperial.
O rei D. João VI, que governou o Brasil durante o período da sua independência, foi retratado nas notas de 500 cruzeiros, que circularam entre 1944 e 1973, e nas notas de 0,50 cruzeiros novos, de 1967 a 1973. O verso da cédula apresenta um painel com o quadro "Abertura dos Portos", de autoria de Cadmo Fausto de Souza, que representa a importância dessa decisão histórica na abertura do país ao comércio internacional e ao seu desenvolvimento econômico. D. João VI também foi retratado na nota de 10 cruzeiros, que circulou de 1970 a 1984.
O mártir da Independência do Brasil, Joaquim José da Silva Xavier, mais conhecido como Tiradentes, foi retratado nas cédulas de 5 mil cruzeiros e 5 cruzados novos, que circularam entre 1963 e 1974. No verso da nota, há uma representação do momento em que Tiradentes é julgado pelo regime colonial português, representado pelo quadro "Tiradentes ante o Carrasco", pintado por Rafael Falco em 1941. A presença de Tiradentes nas notas é uma homenagem ao líder da Inconfidência Mineira e à luta pelo fim da dominação portuguesa no Brasil.
Santos Dumont, o famoso inventor e aeronauta brasileiro, foi retratado na nota de 10 mil cruzeiros, que circularam entre 1966 e 1975. A frente da nota apresenta um retrato dele e sua criação mais famosa, o avião "14-Bis", que voou pela primeira vez de maneira mecânica e é considerado o primeiro da história. A nota também foi usada para homenagear Santos Dumont na nota de 10 cruzeiros novos até o ano de 1975.
O ex-presidente Floriano Peixoto foi retratado na cédula de 100 cruzeiros, que circulou entre 1970 e 1987. No verso da nota, há uma vista do Congresso Nacional, em Brasília, projetado pelo famoso arquiteto Oscar Niemeyer. Esta escolha de Peixoto para representar a nota demonstra o reconhecimento dos valores políticos e históricos do período presidencial dele, e destaca a importância da arquitetura moderna no desenvolvimento do país.
O general Castello Branco, o primeiro presidente do período militar no Brasil, foi retratado na cédula de 5 mil cruzeiros, que circulou entre 1981 e 1989. No verso da nota, há uma representação do progresso do país nas áreas de energia hidrelétrica e telecomunicações, destacando a importância desses setores para o desenvolvimento nacional na época.
O retrato de Rui de Oliveira Barbosa (1849-1923), notável figura brasileira com ampla atuação como jurista, político, diplomata, escritor e filólogo, estampou a cédula de 10 mil cruzeiros. A imagem, localizada à esquerda, retrata uma composição que representa sua mesa de trabalho. Já na parte de trás da nota, é possível ver Barbosa discursando na Segunda Conferência da Paz, realizada em Haia em 1907. A cédula circulou entre 1984 e 1990 e, até o mesmo ano, o jurista também foi homenageado na nota de 10 cruzados. É importante destacar que Barbosa foi um dos fundadores do Partido Republicano Paulista e teve uma importante atuação na política nacional. Além disso, suas obras literárias e suas contribuições como filólogo ainda são estudadas e valorizadas até hoje.
Oswaldo Cruz, o famoso médico e epidemiologista brasileiro, foi retratado na nota de 50 mil cruzeiros, que circulou entre 1984 e 1990. O verso da nota mostra uma vista do Edifício Principal do Instituto Oswaldo Cruz, localizado no Rio de Janeiro, que foi construído em sua homenagem. Além disso, Cruz também foi homenageado na nota de 50 cruzados. Como um dos primeiros especialistas no estudo das doenças tropicais e da medicina experimental no Brasil, Cruz deixou uma marca indelével na história da saúde pública no país.
Juscelino Kubitschek de Oliveira, ex-presidente do Brasil, foi retratado na cédula de 100 mil cruzeiros, que circulou entre 1985 e 1990. O lado direito da nota apresenta um retrato de Kubitschek acompanhado por composições que representam as realizações do seu governo, como energia elétrica, transportes e agricultura. Já o verso da nota mostra o Congresso Nacional, com o "Catetinho" a esquerda e uma vista do Palácio da Alvorada a direita. Além da cédula de 100 mil cruzeiros, Kubitschek também foi retratado na nota de 100 cruzados.
Heitor Villa-Lobos é conhecido por ser um dos mais importantes compositores brasileiros do século XX. Ele é reconhecido por sua obra musical ecológica, que capta a essência da floresta amazônica e outros elementos da natureza brasileira. Ele esteve retratado na nota de 500 cruzados entre 1986 e 1990. No verso da nota, há uma representação de uma floresta brasileira, baseada em uma gravura do pintor alemão Johann Moritz Rugendas, que foi uma fonte de inspiração permanente para Villa-Lobos.
O escritor Machado de Assis, um dos mais importantes e influentes da literatura brasileira, foi homenageado na nota de mil cruzados, que circulou de 1987 a 1990. Na frente da cédula, aparece uma efígie de Machado e o emblema da Academia Brasileira de Letras, enquanto no reverso há uma estampa representativa da antiga Rua Direita, hoje conhecida como rua Primeiro de Março, no Rio de Janeiro, baseada em uma foto de 1905. Além disso, Machado também foi retratado na nota de 1 cruzado novo.
A nota de 5 mil cruzados, que esteve em circulação entre 1988 e 1990, apresenta na sua face a imagem do renomado pintor brasileiro, Cândido Portinari. Além do retrato, a cédula apresenta uma gravura que mostra o trecho final do painel épico "Tiradentes", concluído pelo artista em 1949. No verso, duas gravuras baseadas em fotos mostram o processo criativo de Portinari, uma deles retratando-o desenhando o painel "Baianas" e a outra evocando elementos do painel "Paz", que remete à infância do artista em Brodósqui (SP). Além disso, Portinari foi homenageado também na cédula de 5 cruzados novos.
Na nota de dez mil cruzados, que circulou entre 1988 e 1990, o rosto do médico sanitarista, cientista e bacteriologista Carlos Chagas (1879-1934) é destacado ao lado de uma gravura que representa o ciclo evolutivo do protozoário "Trypanosoma cruzi". Além disso, Chagas também foi homenageado na nota de 10 cruzados novos. A imagem de Chagas e a representação do ciclo evolutivo do protozoário destacam sua contribuição para a medicina e a saúde pública no Brasil.
Drummond de Andrade também foi homenageado com sua imagem na cédula de 50 cruzeiros, que circulou de 1990 a 1992. Além disso, na cédula de 50 cruzados novos, aparece sua efígie ao fundo do casario e das montanhas de sua cidade natal, Itabira (MG). No verso da nota, estão reproduzidos versos do poema "Canção Amiga", completando a imagem à direita da gravura. Esta cédula circulou entre 1989 e 1992.
Cecília Meireles (1901-1964), a importante escritora, poetisa e professora brasileira, foi homenageada na nota de 100 cruzados novos, que circulou no Brasil entre 1989 e 1992. O rosto de Meireles é mostrado na frente da nota, enquanto a parte de trás da cédula apresenta uma gravura que representa o universo da infância, incluindo as fantasias das crianças e o processo de aprendizagem. A gravura é complementada com uma reprodução dos desenhos feitos por Meireles, que retratam suas pesquisas sobre folclore, música e danças populares. Além da nota de 100 cruzados novos, Meireles também foi retratada na nota de 100 cruzeiros entre 1990 e 1992.
O cientista Augusto Ruschi (1915-1986) é homenageado na cédula de 500 cruzados novos que circulou entre 1990 e 1994, com sua imagem ao lado de alegorias da flora e fauna do Espírito Santo, destacando-se a representação da "Cattleya labiata warneri", uma das mais típicas orquídeas da região e a maior flor do gênero no Brasil. No reverso da nota, Ruschi aparece examinando orquídeas, com uma figura de um beija-flor em destaque. Além disso, o naturalista também estampou a cédula de 500 cruzeiros, durante o mesmo período.
O Marechal Cândido Mariano da Silva Rondon (1865-1958), famoso pelo seu papel na integração das regiões brasileiras e na defesa dos direitos dos povos indígenas, foi honrado na nota de mil cruzeiros entre 1990 e 1994. A cédula apresenta uma imagem de uma estação telegráfica pioneira à esquerda, simbolizando o trabalho de Rondon na expansão do telegrafo sem fio no Brasil. Além disso, a nota também mostra uma floresta, um mapa dos contornos do Brasil e da América do Sul. No reverso da cédula, há uma representação de um casal de índios carajás, alimentos e uma habitação nhambiquara, destacando o compromisso de Rondon em proteger os direitos e a cultura dos povos indígenas.
Na nota de 5 mil cruzeiros que circulou de 1990 a 1994, o renomado compositor Antônio Carlos Gomes (1836-1896) é homenageado através de um retrato ao lado de três figuras que fazem parte do monumento existente junto ao Teatro Municipal de São Paulo, representando três de suas mais importantes óperas: "O Guarani", "Salvador Rosa" e "O Escravo". Além disso, no verso da cédula, há uma imagem de um piano que pertenceu a Gomes, complementando a homenagem a este grande compositor brasileiro.
O renomado cientista Vital Brazil (1865-1950) foi prestigiado ao ser homenageado em uma cédula brasileira. Na nota de 10 mil cruzeiros, que esteve em circulação entre 1991 e 1994, sua imagem aparece ao lado de uma gravura que retrata uma cena clássica de extração de veneno de cobras, tarefa fundamental para a produção de soros. No verso da nota, há um painel calcográfico que mostra um antigo serpentário, com destaque para a cena de uma cobra muçurana devorando uma jararaca. É importante destacar que Vital Brazil foi um dos maiores especialistas no estudo da biologia e venenos de cobras do Brasil, e sua contribuição para a medicina é inegável.
A imagem icônica do historiador, antropólogo, advogado e jornalista Luís da Câmara Cascudo (1898-1986) foi escolhida para homenageá-lo na cédula de 50 mil cruzeiros, que circulou de 1991 a 1994. Ao lado de uma cena de jangadeiros, o retrato de Cascudo foi destaque na nota. Além disso, o reverso apresenta uma importante homenagem ao "Bumba-meu-boi", um bailado popular do folclore brasileiro. Cascudo também foi homenageado na nota de 50 cruzeiros reais, que circulou de 1993 a 1994.
Mário de Andrade (1893-1945), um dos maiores escritores e intelectuais brasileiros do século XX, foi homenageado nas notas de 50 mil cruzeiros e de 500 cruzeiros reais (1993 a 1994) com um desenho inspirado em sua fotografia "Sombra Minha" e o último verso do famoso poema "Eu sou trezentos...". No verso da nota, é retratada uma cena que mostra o escritor conversando com crianças, rodeado pelos prédios modernos de São Paulo, simbolizando a metrópole e seu rápido crescimento. Essa homenagem a Mário de Andrade destaca sua importância na cultura e literatura brasileira, reconhecida até hoje.
Na nota de mil cruzeiros reais, emitida entre 1993 e 1994, o educador Anísio Spínola Teixeira é retratado em sua imagem. À sua esquerda, está uma vista parcial da Escola Parque, parte do Centro Educacional Carneiro Ribeiro, projetada pelo arquiteto Diógenes Rebouças com orientação de Anísio. No verso da nota, há uma cena alegórica que retrata a proposta de ensino implementada pela Escola Parque, baseada na ideia de que a educação é um processo contínuo de reorganização e reconstrução de experiências. Além disso, vale destacar que Anísio Spínola Teixeira é considerado um dos mais importantes educadores brasileiros do século XX.