Criticando Esch Café - Leblon
Não sou fumante, mas tenho uma legião de amigos que é. E, ao contrário de boa parte dos não fumantes que também conheço, cigarros ao redor não costumam me tirar do sério (desde que não me queimem). Exceto uma vez, quando, em viagem de trem pela Europa, ocupei, por causa do meu acompanhante, uma poltrona no vagão de fumantes: quase me lancei aos trilhos! Falo disso porque outro dia jantei no Esch Café, que, por ser uma tabacaria, tem as baforadas liberadas. E bem-vindas. Há anos frequento esse restaurante do Leblon. Gosto do climão alegre, meio de clube; da cozinha descomplicada que oferece e da sua (fidelíssima) clientela, composta também por não fumantes como eu. E sabe por que isso é possível?Porque o Esch tem um baita sistema de exaustão, onde cortinas de fumaça,olhos ardendo e roupas e cabelos impregnados de tabaco (acredite) praticamente inexistem. Fiz a prova de fogo (opa!) num domingo de casa cheia e fumacê rolando solto. O saldo? Saímos ilesos. E satisfeitos. O cardápio do Esch muda pouco. Na verdade, praticamente nem muda. Reforçamos o couvert com uma salada de pupunha (um "macarrão" feito com esse tipo de palmito), que chegou bem bacaninha, fresca e com molho gostoso. Meu amigo pediu o polvo grelhado com arroz de brócolis e eu (ainda roliça) cravei no steak tartare, que ainda não tinha provado ali. Costumo ficar nas versões de omeletes do Esch, das melhores que temos na cidade (sempre baveuse). Dessa vez, driblando as frituras, optei pela carne crua, que chegou irretocável: bem temperada, coroada com uma gema de ovo de codorna e servida fartamente, em porção para dois, três. Bebemos um carménère chileno e ficamos por aí. Pagamos exatos R$ 211 pela noitada, que nos pareceu uma escolha acertada. Mesmo sem darmos uma baforadinha sequer.