Criticando Sushinaka
Sushinaka. Há quatro, cinco anos, escrevi sobre este japinha que funciona num quiosque da Lagoa. E falei mal, muito mal. Tanto que o título foi "Um japa ruim do começo ao fim". Não esqueci. Hoje sei que eles também não. Mas pelos bons antecedentes e serviços prestados à família - foi o primeiro sushi que a minha filha provou, num tempo em que o Sushinaka ainda funcionava numa casa no mesmo bairro - voltei ao local do crime. Muitas vezes, aliás. Afinal, o tal quiosque é vizinho de casa. Daí, volta e meia, para driblar o "acelera-freia" da Curva do Calombo, paro ali. E encontro vaga para o carro (xô, Vallet Park!), a mesa que quero (zero de fila), nenhum rosto familiar (às vezes é bom) e uma das vistas mais lindas do Rio. Sem música ao vivo. De lá para cá, o espaço melhorou bastante: os banheiros andam impecáveis; os ombrelones, tinindo de novos; e a iluminação, simpática. Sua localização é privilegiada: fica próximo à pista onde a turma caminha no final da tarde, à beira da Lagoa, logo ali, de bandeja. Mas o que me chamou a atenção mesmo neste revival (do bem) foi a bancada de peixes da casa. Faço mea culpa e reconheço: as peças, visivelmente frescas e de boa procedência, são do nível de qualquer japonês confiável da cidade. O sushiman, soube depois, é o mesmo desde sempre, dos tempos dos primeiros passos japas da minha filha. Foi aí que me animei a pedir o sashimi míni, fatias de atum gordo e de namorado (aliás, o local é ótimo para namorar). E não me arrependi (R$24, 15 peças). Só não se impressione com o cardápio, no qual furai, teppanyaki e sushis dividem espaço com picanhas, fritas e que tais. Coisa de quiosque carioca, fazer o quê? Mas os sabores japas predominam: a barca de 80 peças (30 sashimis e 50 sushis) sai a R$120; as duplas, a R$6. Preço normal. Anormal ali, só o visual (sensacional). Ah, e ainda dá para fumar e - glória das glórias - espirrar sem neuras (saúde!).