Criticando Palaphita Kitch
Troco qualquer omelete baveuse, eggs benedict ou crepe com blé noir por uma tapioca benfeita, sem maiores invenções: um naco de queijo coalho de recheio, ou coco ralado, ou no máximo, manteiga. De garrafa. Adoro o cardápio matinal nordestino. Nortista também. Aqui no Rio, tirando a Casa da Táta (Gávea) e o Café do Alto (Leblon), não sei onde mais posso usufruir dessas delícias. Ou melhor, não sabia: domingo passado, para alegria da família, esbarramos com o Tapioca Brunch, um mesão arretadíssimo, com tudo em cima, montado em plena Lagoa, no quiosque Palaphita Kitch. Para quem curte o gênero, atesto de boca cheia (de canjica, de pamonha e o que mais vier): é um baita programa. O bufê é montado sob um teto de sapê e, como se vê na foto aí de cima, tem como pano de fundo esse visual incrível, com ventinho correndo solto. O melhor é que não é preciso ficar ali de estátua, parado, só comendo, comendo e comendo. Ao entrar no quiosque (e desembolsar R$ 45), ganha-se uma pulseirinha (daquelas vip), que nos permite entrar, sair e entrar novamente (e usufruir do bufê) quantas vezes quiser: das 10h às 14h30m, está valendo. Daí, se você quiser, entre uma tapioca e outra, dar um mergulho na praia (e nós quisemos, de pulseira vip em punho) e voltar para a segunda rodada, dá para administrar. A quantidade de pratos impressiona. Mentor do brunch, Mário de Andrade me contou que são 70 coisinhas para experimentar. Não cheguei a contar, mas acredito. Pensando bem, acho até que tem mais: será que ele se não esqueceu da seleção de sequilhos baianos? Além do que está exposto, a todo instante chegam boas novas da cozinha, fresquinhas: compotas variadas de frutas como caju e jaca (da casa), banana-da-terra assada, aipim cozido e um tal de pão bola, receita amazônica (Mário é de lá), de massa salgada e amarelada, com recheio de curimatã, peixinho que lembra sardinha, que não conhecia. Adorei. No mais, dá-lhe canjica, bolo de aipim, de milho, pamonha, queijo coalho grelhado, cocada, broas, iogurtes com açaí, buriti, umbu. E depois de muitos sucos, mergulhos e jarras de água com limão-siciliano e alecrim, abrimos um espumante geladinho. E aí, começamos tudo outra vez...