Criticando Le Pain Du Lapin

Nestes dias de curto-circuito, de Circuito Rio Show rolando solto lá no MAM, tenho acordado com as galinhas. E junto com os remadores da Lagoa, que todas as manhãs deslizam em águas plácidas sob o comando de um timoneiro animadão, que passa instruções em algum dialeto não identificado. Não decifro uma palavra sequer, mas prontamente pulo da cama (será que é isso que ele diz?). Como na última terça-feira, quando, às 6h, já estava a postos. E a mil. Para a minha alegria, uma hora depois, o Le Pain du Lapin, a simpática boulangerie que há um ano funciona na Rua Maria Angélica, no Jardim Botânico, também. E com tudo em cima dos balcões, prateleiras recheadas de pães frescos, biscoitos, uma seleção de minidoces... E mesas ocupadas por gente tomando café plugado em seu lap top (tem tomada) e lendo jornal (cortesia da casa). O dono, Zelmar Riccetto, que cursou a École Lenôtre de Paris, tem estrada: já andou pelo Sofitel, Rubro, Garcia & Rodrigues... No ano passado, junto com a mulher, Cristiana Fellows, abriu o Le Pain. Na dúvida, pedi o café da manhã mais simples e barato dali (R$11): três tipos de baguete, financier, geléia caseira, manteiga e cappuccino como uma boa espuma (a carta de café inclui 14 versões diferentes). Acabei me arrependendo do meu pão-durismo. Os pães eram tão gostosos que quis ir além. Reforcei com brioche de maçã, folhado de banana ( R$3,60, cada) e mais financier (R$5,50, a caixinha com 100 gramas). Ainda levei um pão de abóbora para casa (R$6). Foi uma grata surpresa encontrar na Zona Sul uma casa aberta já às 7h, com mesas pela calçada, produtos fresquinhos expostos e uma clientela espertíssima. Acho que é o tal "efeito timoneiro".