Criticando Bistrô da Escola do Pão

Há tempos que a Escola do Pão abriga um restaurante. Um bistrot, assim, com "t" mudo. Sempre achei que não precisava, que a Escola já cumpre o seu papel. E bem: faz pão dos melhores e serve o mais estonteante (e "engordante") café da manhã do pedaço. Por mim, está de ótimo tamanho. Mas noite dessas, porém, passando pela porta, vi luzes acesas, casa cheia e acabei sendo fisgada: puxei minha mãe, Sonia, sempre animadíssima, sua amiga, Carmem, e fomos conhecer a porção Bistrot da Escola. Clécia Casagrande é padeira, mas a filha dela, Elen, aprendeu a cozinhar na L'Escoffier, escola de gastronomia das melhores, que funciona nas dependências do Hotel Ritz. Estive ali como ouvinte e vi a ralação que é. Elen foi, voltou e é ela quem cuida do bistrô desde o ano passado. É dela também o cardápio, que acho muito extenso. Difícil saber por onde começar. Na dúvida, claro, abrimos com pães (como não?), vários deles, que chegam quentinhos no couvert (R$ 26, para duas pessoas): brioches, ômega 3, baguetes, todos da Escola. O gratin de queijos (um mix de queijos gratinados), com o qual costumo me esbaldar no café dominical, também está no menu noturno. Dividimos um (R$ 37). A partir daí, nos fixamos nas atrações do bistrô. O tartare de cherne e salmão veio com flor de sal (um cristal maciço e rosado, que a gente rala na hora) e perfume de lavanda (R$ 29). O flã de bacalhau parecia nuvem na boca (R$ 35), e a sopa de cebola gratinada (R$ 25) veio servida no pão rústico, nada de especial não fosse o pão da casa, para se tirar as lasquinhas, raspar o fundo e alternar com goles de um tinto despretensioso da adega. O risoto de três cogumelos (R$ 45) e o Spaghetti como no Ritz, massa levíssima com lagostins flambados (R$ 72), estavam de deixar os mestres do Ritz orgulhosos. A turma da Escola sabe botar a mão na massa. A do Bistrot, agora aprendi, também.