Criticando 66 Bistrô
Conheci o 66 ainda como botecô , nove anos atrás, quando se instalou na simpática casa do Jardim Botânico. Apesar de todo o charme e da proposta inovadora (um boteco com croque-monsieur, croissants e fromages), três anos depois, fechou, reformou e virou bistrô. Nesta última versão, estive poucas vezes ali. Mesmo assim, só para almoçar, quando o sistema era (e ainda é) bufê-com-grelhados. Nada me impressionou como agora, três anos depois, quando voltei ao 66 Bistrô. E para jantar. Apesar de já ter passado, e muito, das 22h, nos deparamos com uma casa iluminada, mesas postas com toalhas engomadas, taças reluzentes e garçons simpáticos e gentis, que pareciam felizes com a nossa chegada, apesar da hora. Elegemos uma das mesas na varanda, fresca, bonita e bem cuidada (a casa passou recentemente por uma boa reforma). Éramos três à mesa, uma esticada pós-festa de lançamento de uma revista regada com muitas borbulhas. Precisávamos recompor nossas energias com coisas leves. Foi sob medida: uma porção de moules mariniãre (R$ 33,50), mexilhões num molho adorável, que tomamos na xícara, que providencialmente nos foi oferecida; coxas de rã à provençale (R$ 34), que nada deixou a dever às que comi em Paris (adoro essa iguaria, tão injustiçada, alijada e desprezada por aqui); e salada verde com fígado de galinha, maçã, nozes e lardon, cubinhos crocantes de toucinho (R$ 26). Divinos. Todas as massas da casa, como o espaguete com camarão (R$ 49), são "puxados" na wok, os acompanhamentos vêm em coloridas panelinhas Le Creuset e, para reforçar ainda mais o charme do jantar, o cardápio incluía pratos como Salada da Grand-Mãre, Steak da Tia Madeleine, Rigatoni da Vovó Anna... Dá para duvidar?