Criticando Via Sete - Ipanema

O que mais me chama a atenção no Via Sete, casa que lançou a moda dos wraps -- aqueles enrolados de massa fininha, que já foram febre por aqui - é o fôlego que o espaço tem. Wrap já era, mas o Via Sete continua sendo. Ao longo de sete anos, foi mudando, mudando, mudando... Hoje, não é, isoladamente, bistrô, café, lanchonete ou fast food. Mas pode ser qualquer um deles. Não tem cozinha italiana, americana, francesa ou americana, apesar de oferecer pratos de todas elas. Faz um estilo ipanemense, uma combinação de (quase) tudo que é bacana e que está na moda - não à toa, o ator Jude Law andou por lá recentemente. A sopa de melancia é uma das tais coisas bacanas: servida geladinha, traz pedaços de carne de siri e sabor deliciosamente picante (R$14). Um achado que só se toma ali. Ah, e para quem ainda não "antenou", melancia é a fruta da moda, cheia de cores e predicados mil. Além do mais, o Via Sete só usa orgânicos, carnes com selo da WWF e recicla óleo, latas, vidros... Faltou algo? Wrap mesmo, há pouquíssimos em cartaz, como o de niçoise, adaptação da salada provençal: traz atum fresco grelhado, vagens, cubos de batata cozida, tomate, ovo cozido, cebola roxa e alici (R$34). A massa das bolinhas de siri é feita com batata-baroa (o que muda tudo) e traz molho aiöli com páprica (R$24). O fish and chips à brasileira (para os muitos gringos se sentirem em casa) combina manjubinha com aipim e chega em cones de papel com molho de limão siciliano (R$27). O mesmo limão vai aparecer no carpaccio de carne orgânica (elementar) salpicado de lascas de siciliano em conserva (R$40). Todos os pratos são fartos. No caso das saladas crocante com tahini (R$20) e de folhas com lulas e creme azedo (R$31), paramos no meio. Eram enormes. Mas as apostas dali são os grelhados, as caipirinhas e os drinques de toda sorte. Fico com qualquer mesa do lado de fora, os pratos levinhos e o frozen de morango e amora (R$6,50). É pós-praia como poucos. Caso deste hífen também.