Criticando Líquido

Não premeditamos o breque. Paramos no Líquido por mero acaso (ou dedo divino), depois de uma peregrinação por vários restaurantes da Lagoa e de Ipanema, que optaram por fechar durante a folia. Dançamos, mas não perdemos o rebolado. E fomos em frente até vislumbrar o Líquido (santo Líquido!), vaziozinho da silva, de braços abertos para nos receber. Mas só com chazinhos gelados e adoçados com mel. Puro ziriguidum. A especialidade da casa - na verdade, uma boa varanda com mesas e vista para a Praça Nossa Senhora da Paz, nada além disso - são as dosas, uma receita típica do Sul da Índia (sintonia finíssima com a telinha e o telão). Lembram um crepe, só que mais crocante, já que a massa é feita com farinha de arroz basmati e lentilha. Adorei a minha versão, recheada com atum selado, pedaços de abacate, alface, castanha de caju e um chutney de manga (R$ 18,90). O Formosa (R$ 19,90) trouxe lascas de frango com curry, espinafre e passas. Mas bacana mesmo estava o prato vegetariano, um mix de cogumelos salteados, acelga, abacaxi, cenoura, abobrinha e molho gostoso com crocante de castanha (R$ 23,90). Da rodada, a salada fria de penne al dente com pesto e lascas de peru (R$ 21,90) foi a mais fraca. No quesito líquido, fomos com sede. E bebemos todas: foi um tal de chá tibetano quente com pedras de gelo de limão para cá (R$ 6,50, a caneca); sucos "funcionais", como o Belezura (R$ 7,90, com 300 ml), uma mistura de couve com uva, maçã e tangerina, para lá... E ainda teve quem pedisse o Calmaria (o folião mais animado da mesa), combinação turbinada de aipo com pepino, maçã e linhaça batidos (R$ 7,90). Um tremendo batidão. Nesses tempos de folia (para eles) e de sufoco (para nós), parar ali foi programa líquido e certo. Melhor do que isso, só um dia de spa. E muito chá chá chá.