Criticando Kokyo Culinária Japonesa
Kokyo Sushi Bar. O enorme polvo em pedrarias, peça principal do décor desse novo japonês de Ipanema, é de gosto duvidoso. Há tentáculos multicoloridos pela parede que nos "levam" (os tentáculos) até o segundo andar da casa onde já funcionou o Sushi House Sakeria; antes dele, o moderninho Santa Rosa House; e, antes do japa e do moderninho, uma filial do Ateliê Culinário. Coisas típicas de uma rua como a Paul Redfern, onde há cerca de um mês abriu o Kokyo Sushi Bar. O imóvel não mudou muito. É praticamente o mesmo desde os tempos do Ateliê - a adega grandiosa continua firme e forte, agora mais recheada do que nunca -, fora alguns detalhes que cada uma dessas casas imprimiu ao funcionar ali. No caso do Kokyo, o diferencial vai além do tal polvo e de seus tentáculos. É um empreendimento visivelmente mais sólido do que foram seus dois últimos antecessores. O investimento ali foi alto, e o time que toca a casa conta com profissionais egressos de bons restaurantes cariocas e paulistas. Caso do sommelier (e outras coisas mais) Nando Rodrigues, que fez bonito durante todo o (curto) tempo de vida do Nakombi carioca. Há sócios pescadores profissionais, que garantem o peixe fresco no dia a dia (amém!) e um time experiente de sushimen a postos, fazendo versões moderninhas fundamentadas, sem excessos e heresias - logo, muito bem-vindas. Como não dispenso ostras jamais, comecei por elas, fresquinhas, com molho de limão misturado com wasabi (R$ 23,50). Emendei com o polvo marinado no suco de laranja e molho teriyaki, que veio sobre pedras de gelo (R$ 26). Passei à ova negra, um sushi de salmão com ovas em tinta de lula (R$ 16) e fechei a parte fria com fatias largas de atum com molho de violeta e figos (R$ 29). A lula gorducha recheada com cuscuz marroquino (R$ 31) e o salmão com foie gras e chantilly brûlé (R$ 75), os dois de gemer, fecharam a noite. Gostei muitíssimo. E tem mais essa: sabe os combinados? São todos descombinados e mudam a cada dia. A gente escolhe o número de peças - o resto é deixar com o chef. E ficamos combinados assim.