Criticando Esplanada Grill
Ando surpresa com o fôlego de alguns restaurantes do Rio, como o Esplanada Grill que, na moita, chegou aos 20 em forma (porém, pedindo uma reforma). A casa é uma espécie de "filé mignon" das churrascarias cariocas. Aliás, nem churrascaria é, mas um grill, do tipo fino, preferido dos carnívoros chiques e abonados, que nem por um T-bone Angus encaram um rodízio. O esquema dali é sob medida: são 16 garçons para as 30 mesas. E nada de bufê frio, sushis, sashimis e espetos rodando no salão. Os grelhados já chegam servidos no prato e, quando as peças são maiores, os garçons fazem o serviço na mesa de apoio, na maior elegância. Os cortes do Esplanada, quase sempre, são exclusivos. Daí, diante de tanto apuro, é mole deduzir que seus preços são salgados. E com fleur de seul... Mas vale a espetada. As carnes são de primeiríssima, brasileiras, uruguaias, paraguaias (última atração das churrascarias cariocas) e argentinas. O bife de chorizo (R$63) chegou tal e qual o melhor das melhores casas portenhas. A fraldinha de gado nelore desmanchava na boca (R$47) e ainda teve o pirulito, contrafilé de costela assado com o osso, corte exclusivíssimo. O preço? Idem: R$84. Para acompanhar, arroz biro-biro (R$17) - precursor do arroz maluco - salada com mostarda (R$29) e palmitos grelhados (R$25). Não fossem as entradas, que me pegaram de jeito - pão de queijo (R$18) e lingüiças de vitela (R$21) e defumada (R$19) - eu (que nem sou de costela) teria ido de costelão, peça maciça com mais de dez quilos de ponta da agulha, que fica oito horas na brasa (R$54, a porção individual), outro luxo dali. Tem quem pare na porta do restaurante e do carro mesmo pergunte se sobrou costelão. É que são assadas só duas peças por dia, e quem chegar depois das 15h corre o risco de ficar chupando o osso. É assim há 20 anos.