Criticando Bergut Vinho & Bistrô - Castelo
Conhecia o Bergut de noites de degustação de vinhos, em que a cozinha dali aparecia como coadjuvante. E fazia bonito. Há algumas semanas, porém, o esquema foi outro. Fui convidada pelo Gente Boa Joaquim Ferreira dos Santos para provar o menu Quintas de Portugal, que a casa serve (e continuará servindo durante um ano) todas às quintas-feiras. São pratos clássicos da cozinha portuguesa servidos com vinhos bacanas de nossos patrícios, uma ação conjunta do bistrô com a Câmara Portuguesa de Comércio e Indústria, que está fazendo cem anos no Brasil. O Bergut - e sabe-se lá por quê -virou uma espécie de embaixada desse órgão. O menu completo, com uma taça de vinho, custa R$ 170. Compartilhar uma mesa com Joaquim sempre rende bons frutos - até mesmo quando ele insiste em me mostrar as delícias de um pé-sujo caidão da Praça Mauá: conta histórias ótimas, fala baixinho, come devagar e sempre e bebe praticamente nada. Como no caso desse almoço um dos focos eram os vinhos, sobrou para mim: bebi os meus, os dele e os nossos. Direitinho. O Bergut, misto de loja de vinhos e bistrô, é um espaço bem resolvido, e nessa incluo a sua cozinha também. As "punhetinhas" de bacalhau que chegaram de entrada estavam perfeitas. Mas o que mais me causou surpresa foi o leitão à pururuca, prato difícil, que chegou com casquinha crocante e estalante e acompanhado de batatas ao murro. Adoramos. Há tempos não comíamos igual. Tomamos (tomei) taças de Quinta de la Rosa e Quinta do Portal Colheita, do Douro, e de Quinta do Encontro, do Dão. E fechamos (fechei) com um Porto. Delícia de almoço, de encontro, de programa. Mas ficou a dúvida: a Câmara Portuguesa de Comércio e Indústria só tem cem anos de Brasil? Jurava que era o dobro, no barato.