Criticando Albamar
Foi um "domingo cultural", como resumiu Amélia, mãe de Bety Orsini, que juntamente com Patrícia Veiga, minha mãe, Sonia, e eu, cumpriu uma frenética programação pelo Centro do Rio. Começou às 10h, num recital no Teatro Municipal, e só foi terminar às 17h, no Centro Cultural Banco do Brasil. Entre uma coisa e outra - no melhor estilo deixa a vida nos levar, vida leva nós - paramos no Albamar. E que delícia que é caminhar por um Centro nervoso calminho, relax (o Centro e nós), curtir o outono tendo o Paço Imperial, a Casa França-Brasil e a Candelária como cenários... E poder entrar no Albamar sem sustos e sem medo de ser feliz. O restaurante, que em fevereiro do ano passado trocou de mãos, felizmente voltou à boa forma. E, melhor, a qualquer dia da semana, até mesmo num domingo no fim de um feriadão. O temor de me deparar com um salão vazio se foi assim que as grades do elevador se abriram. Alívio: estava lotado, radiante, vibrante com o novo colorido conferido pelo arquiteto Chicô Gouvêa. O público (que é sábio) redescobriu o Albamar! E muito graças ao chef Luis Incao, que não só estava ali na cozinha, como - a exemplo do que fazia nos tempos do Pérgula, do Copacabana Palace - circulava pelas mesas do salão. Como é bom. A pedida da casa sempre foi peixe. E continua sendo, mais do que nunca: cherne, congro, robalo, carapeba (conhece?), pargo, namorado, filhote, trilha... Um desfile no cardápio. Foram cinco versões na nossa mesa. Fico com as três que mais me apeteceram: o robalo, peça linda e alta, com molho de limão e mexilhões viçosos (R$ 46); o filhote grelhadinho com cuscuz marroquino perfumado (R$ 46) e a trilha com lulas, >sav<ciboulette e caviar (R$ 44). Na hora do café, a derradeira: em vez de trufas ou petit fours, bolinhos de milho com erva-doce; minicucas, biscoitinhos de araruta... Não soa adoravelmente familiar?