Criticando Zuzu Goró

Há uns seis meses, fui em busca da saideira no Baixo Botafogo com amigos que sobraram de uma noitada. Lotado. Barulhento. Quente. Como a vontade de beber mais é sempre soberana, nos arrastamos até o Baixo Botafogo do B, na mesma latitude do original, na Voluntários da Pátria, só que na rua paralela, Álvaro Rodrigues. Fomos parar no Zuzu Goró (céus...) e calibramos a cota etílica. Desde então, volta e meia penso no simpático barzinho como digno de figurar nesta coluna. "Por que não? Fomos tão bem atendidos... Além disso, é bonitinho e tem uma luz difícil de encontrar em botecos de rua. Vou voltar". E voltei - dessa vez em busca de assunto. Chamei um amigo fino, de paladar elegante. Pedi caipivodca (R$ 9,90, tanto a de Smirnoff quanto a de... Absolut! Com Kovak custa R$ 8,90, mas preferi não arriscar.). Achei ótima, mas meu amigo sentenciou: "Está forte. Podia ser mais sutil." Como não sou sutil, fica a informação. Pedimos carne de sol com aipim (R$ 15,90, para duas pessoas famintas). Carne bem temperada e aipim macio - o que mais poderíamos esperar? Animados, mandamos vir os croquetes de carne (12 unidades a R$ 10,90). Estranhei um pouco, mas meu amigo resolveu a questão: "Esse é o croquete que se faz em casa. Os da Pavelka são de receita alemã. Estão ótimos". E estavam mesmo. O porém da noite foi a música. Não sou sutil, mas meus ouvidos são. Muito. Não dava para aguentar um DVD berrado de algo que parecia a trilha de um rodeio no rico e cafona interior paulista. A meu pedido, o garçom prontamente abaixou o volume. Fica o alerta.