Criticando Meza Bar

Quando li no cardápio do Meza, casa de tapas de Botafogo, que o bolinho de bacalhau vinha envolto no gergelim (ai, Jesus...), tive ímpetos de pegar a minha bolsa e ir para casa preparar uma massinha. Bacalhau com gergelim é (e sempre será) demais para o meu vasto e já saturado repertório de modernidades. É querer mexer no "imexível". Mas, claro, não só segurei a minha onda como deixei a bolsa quietinha na cadeira e consegui abstrair o bolinho luso-nipônico. Fomos com fome aos potinhos, as miniporções criadas por Fábio Battistella, um chef com nome de piloto de Fórmula 1. Há várias delas em cartaz, servidas em simpáticos bowls coloridos: nos verdes, os pratos vegetarianos; nos laranjas, o time de carboidratos; nos vermelhos, as carnes. Como éramos muitos à mesa (como deve ser quando se sai para "tapear"), o repertório foi variado. Tirando a lula feita no saquê com lima-da-pérsia e pesto de coentro (R$ 20), que chegou borrachuda (lula sempre chega borrachuda), pode pedir sem susto o risoto de limão siciliano com queijo-de-minas (R$ 13), o frango picante com tequila e purê de batata-baroa - que no cardápio está em "paulistês", mandioquinha -, o atum com laranja, azeite de baunilha e crisp de parmesão (R$ 16), o picadinho de filé mignon na cerveja com arroz de castanha de caju e farofa (R$ 18), e ainda (parece incrível, mas ainda teve "ainda") as bolinhas de risoto com pesto de manjericão, com direito a fumacinha no nariz e queijo "puxa" no meio (R$ 16). Os drinques são modernos, como, aliás, tudo ali (menos eu): apple martíni, caipirinha de saquê com frutas vermelhas e manga... Foi "tapeada" das melhores. Só não digeri o bacalhau com gergelim: mais do que tapa, me pareceu tapeação.