EUA querem atrair mais profissionais técnicos
24/09/1998 - 17:13
O governo dos EUA está prestes a aumentar a quantidade de vistos de trabalho destinados a profissionais altamente qualificados. O último obstáculo para este aumento era um possível veto do presidente Clinton. Este perigo desapareceu em 23/9 com um acordo entre a Casa Branca e o congresso no qual os legisladores concordaram em aumentar as punições contra empresas americanas que substituem trabalhadores nativos por estrangeiros, e decidiram destinar US$ 75 milhões do dinheiro arrecadado com os vistos de entrada para bolsas de estudos destinadas a americanos de baixa renda.
O aumento, de 65.000 para 115.000 vistos por ano, é válido para 1999 e 2000. Em 2001 a quota deverá cair para 107.500 e no ano seguinte retornará ao nível atual, segundo o acordo firmado entre a Casa Branca e o congresso. A medida visa "manter a competitividade de nosso país e é crucial para proteger os empregos dos próprios americanos", segundo o senador republicano Spencer Abraham, do estado de Michigan, autor da legislação. Os setores de software e eletrônica da indústria americana têm reclamado constantemente que a falta de profissionais qualificados é um sério obstáculo ao futuro crescimento destes segmentos. O último visto de trabalho permitido pela quota de 1998 foi emitido em setembro.
As concessões de Clinton para a indústria de alta tecnologia não são gratuitas, segundo análise da CNET. O serviço de informações relata que amanhã mesmo (25/9) o presidente poderá colher os frutos deste acordo, ao participar de um jantar para levantar fundos para o partido Democrata. O evento, cujo ingresso custa US$25 mil por pessoa, será realizado em San Jose, no coração do Vale do Silício, onde se concentra grande parte das empresas que serão beneficiadas pelos trabalhadores especializados estrangeiros.